Vocação paternal e filial no coração da Igreja
Nesta primeira semana de agosto em que a Igreja celebra a vocação sacerdotal, conversamos com Pe. Carlos Shimura, do Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt, falando sobre seu ministério ordenado. Um presente e uma missão, ser sacerdote para ele é, essencialmente, levar Cristo às pessoas, transformando seus corações e suas vidas.
Karen Bueno – O Pe. José Kentenich afirma: “A doação total tem seu fundamento na natureza do sacerdócio. O sacerdote deixa-se absorver inteiramente pela pessoa de Cristo e pela sua missão, ao ponto de podermos dizer que faz parte do ideal sacerdotal tornar-se servo de Cristo na ordem do ser e na ordem do agir. Nossos interesses desaparecem totalmente por trás dos interesses de Deus. Jesus nos aceita com toda a nossa vida para que nos tornemos, no seu espírito, servos dos homens[1]”.
Pe. Carlos é natural de Mairiporã/SP e foi ordenado no dia 20 de julho de 1996 em sua cidade de origem. Atualmente mora no Jaraguá-São Paulo e é pároco na Paróquia Imaculada Conceição. Acompanhe as respostas que “vem do coração”, como ele mesmo diz, sobre sua vocação sacerdotal:
Diante de tantas possibilidades, por que ser sacerdote de Schoenstatt e não de outra comunidade religiosa ou diocesana?
Quando fazia parte da Juventude Masculina de Schoenstatt (Jumas) em Mairiporã, senti-me chamado à vida sacerdotal; procurei então participar de vários encontros vocacionais, tanto dos padres diocesanos como de comunidades religiosas. Nesse período de discernimento, conversei com um sacerdote de forma bem concreta e cheguei a dar o primeiro passo para ser Padre de Schoenstatt, isso por conta da missão, da vida comunitária e pelas vivências que experimentei no Jumas. Mesmo sabendo da longa caminhada até a vida sacerdotal, procurei deixar que Deus e a Mãe atuassem nessa preparação.
Como a Aliança de Amor te ajuda a viver sua vocação?
Desde o momento em que selei a Aliança de Amor, coloquei nas mãos da Mãe minha vida e minha vocação. A partir daí deixei-me conduzir por ela, e ela aceitou meus anseios. Creio que pela Aliança firmou-se a inquietude de servir a Jesus na vida sacerdotal. Mesmo que no caminho houvesse dificuldades – como houve – após longa preparação, hoje sou Padre e existe uma frase que muito fortaleceu minha decisão: “nada sem vós, nada sem nós!”.
Para o senhor, qual é a maior beleza e é o maior desafio do sacerdócio?
A maior beleza é servir a Cristo onde ele quiser me enviar, levando sua pessoa a muitos corações que ainda não o encontraram, que ainda não uniram sua vida a ele. Tenho muito a aprender, mas sinto que na graça do seu amor lá vou chegar. Os desafios são feitos para serem vencidos, é assim que sempre sigo em frente a cumprir sua vontade.
O que significa ser sacerdote nesse momento da história de Schoenstatt?
Significa dar um rosto a esta geração e, mesmo sabendo que os desafios serão grandes e com muita responsabilidade, saber que a Obra é da Mãe e Rainha, confiando cegamente em sua condução. MPHC – Mater Perfectum Habibit Curam (a Mãe cuidará perfeitamente de tudo). Ela há de cuidar de tudo, somos seus instrumentos, e a missão deve chegar a muitos outros corações dispersos. Devemos ir onde ainda não fomos e atrair muitos corações ao caminho de Jesus.