Uma missão que carregamos até o fim dos tempos
Debora Dalegrave / Ir. M. Eliane da Costa Cunha – No dia 6 de agosto, a Igreja celebra em sua liturgia a festa da Transfiguração do Senhor, pela qual Jesus é revelado como o Filho muito amado de Deus Pai no alto do monte Tabor (Lc 9, 28-36). Para a Família de Schoenstatt do Brasil, essa data é ainda mais especial, uma vez que o nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, nos presenteou o Ideal Tabor, no ano de 1947. Portanto estamos nos preparando para celebrar os 75 anos em 2022.
Estamos cientes que a ideia do Tabor, em Schoenstatt, se revelou desde o início, a partir do Documento de Fundação, em 18 de outubro de 1914, quando nosso Pai e Fundador disse:
“Ao contemplar as magnificências divinas no monte Tabor, Pedro exclamou encantado: “Aqui é bom estar! Façamos três tendas” (Mc. 9,5). Estas palavras sempre me voltam à memória e frequentes vezes me perguntei: Não seria possível que a Capelinha de nossa Congregação se tornasse nosso Tabor, no qual se manifestem as magnificências de Maria? Sem dúvida, maior ação apostólica não podemos realizar, herança mais preciosa não podemos legar aos nossos sucessores do que mover nossa Senhora e Rainha a estabelecer aqui, de modo especial, o seu trono, distribuir seus tesouros e realizar milagres da graça. Pressentis o que viso: gostaria de transformar este lugar, num lugar de romarias […]. Todos os que aqui chegarem para rezar, terão de experimentar as magnificências de Maria e confessar: Aqui é bom estar! Aqui queremos construir tendas! Este será o nosso lugarzinho predileto! Esta ideia é ousada, quase ousada demais para o público em geral, mas não para vós”. (Documento de Fundação, 1914).
Diante disso, nós, schoenstattianos, temos a oportunidade, ao entrar em contato com o Santuário, de nos tornarmos semelhantes a Cristo. Isso é nosso ideal, forma e fundamento de vida, se o amarmos de todo o coração e, assim, conhecermos o plano de Deus, o seu ideal a nosso respeito.
Neste sentido, sermos “Tabor” significa deixar fluir a vontade de Deus em nossas vidas, ou seja, resplandecendo nossos valores, qualidades e talentos, os quais nos foram presenteados; esta ideia está ligada à segunda exigência da Aliança de Amor: “Essa santificação eu exijo de vós”. Por ela colaboramos com a graça divina, com o dom do amor de Deus, que recebemos no Batismo.
Revelarmos o Tabor é darmos o nosso testemunho neste mundo que tem vínculos tão frágeis, que mantém mais os olhos em uma tela de celular do que nos olhos daqueles que convivem realmente no dia a dia. Se conseguirmos fazer a diferença por onde passarmos e as pessoas puderem dizer: “como é bom estar na sua presença, você transmite algo diferente, especial”, parafraseando a expressão: “Aqui é bom estar”, ou seja, “contigo é bom estar”, estaremos dando a nossa contribuição, mesmo que pareça pequena, para que “o Brasil e todas as regiões de língua portuguesa se tornem um Tabor”, como profetizou nosso Pai e Fundador.
O Papa Francisco reafirma o pensamento de nosso Pai, do Tabor de Cristo e Maria com essas palavras:
Na Transfiguração ouve-se a voz do Pai, que diz: «Este é o meu Filho muito amado. Ouvi-o!» (v. 5). Olhemos para Maria, a Virgem da escuta, sempre pronta para acolher e guardar no coração cada palavra do Filho divino (cf. Lc 1, 51). Queira a nossa Mãe e Mãe de Deus ajudar-nos a entrar em sintonia com a Palavra de Deus, de modo que Cristo se torne luz e guia de toda a nossa vida (Angelus, 6.08.2017).
Somos Tabor desde o início, celebrando a festa litúrgica, deixemos que a atmosfera da transfiguração inunde o nosso coração, dando-nos uma vivência antecipada do céu e luz para os calvários que se apresentarem em nosso dia a dia.