João Pozzobon e sua alegria em ser pai de família
Sonia Tubino/Juliana Dorigo – O Papa Francisco sempre nos chama para vivenciar a importância da família. Nesta inspiração podemos ver traços de João Pozzobon que nos ajudam a atender o chamado do Santo Padre. O Servo de Deus é exemplo de amor e alegria em família. “Pouco importava mover o mundo inteiro, se descuidasse de minha família. Se isto acontecesse, não estaria fazendo nada…” [1]
“Com este olhar feito de fé e amor, de graça e compromisso, de família humana e Trindade divina, contemplamos a família que a Palavra de Deus confia nas mãos do marido, da esposa e dos filhos, para que formem uma comunhão de pessoas que seja imagem da união entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Por sua vez, a atividade geradora e educativa é um reflexo da obra criadora do Pai. A família é chamada a compartilhar a oração diária, a leitura da Palavra de Deus e a comunhão eucarística, para fazer crescer o amor e tornar-se cada vez mais um templo onde habita o Espírito”.[2]
Vocação de pai cristão
Apesar de tantos desafios e limites que encontrou em sua vida, João Pozzobon soube construir sua vocação de homem e pai cristão, na escuta atenta aos planos providentes de Deus. Confiante e seguro de si mesmo, como aqueles que se sabem escolhidos e amados pelo Pai, obedeceu, com sua entrega total, aos desígnios e possibilidades que lhe surgiam à frente.
Consciente e firme nas suas escolhas e nas responsabilidades delas decorrentes, com afeto e delicadeza, respeito e generosidade, teceu um ambiente de diálogo constante na sua vida pessoal e familiar. A alegria era fruto do amor compartilhado com a esposa e com cada um dos filhos, de forma muito particular e individualizada na atenção e expectativa com os quais se relacionavam. Nos dois matrimônios que teve, na grande prole que gerou, deu a cada membro de sua família o valor de um presente de Deus!
Uma vida de oração
Nas suas relações familiares, sua vontade não era imposta de maneira egoísta ou ditatorial, pelo contrário, era resultante de um diálogo aberto e franco com os filhos e sua companheira. Não sonhava sozinho, nem se santificava para impor um poder absoluto. Antes de tudo se colocava como o mais simples dos instrumentos na execução dos planos divinos.
“O desenvolvimento de sua intensa vida de oração não significou, contudo, uma separação do mundo. Pelo contrário, percebe-se nele crescente abertura e uma forte solidariedade com os demais. Primeiramente, com sua família, com sua esposa e seus sete filhos, a quem denominava suas ‘sete joias’”.[3]
Missionário dos tempos modernos
João Pozzobon via-se como semente a ser lançada para que dela brotasse um novo homem, uma nova família, uma nova sociedade. Mergulhado na fé e no universo pedagógico do Pe. Kentenich e amparado na força da Aliança de Amor, tornou-se para nós, “o missionário dos tempos modernos!”
Mostrou-nos que mesmo em tempos difíceis, com pequenos e cotidianos gestos de amizade e confiança, podemos fazer de nossa casa, de nossa comunidade, um Santuário-Lar, uma “igreja em saída” que leva, junto com a Mãe Peregrina, a presença do Amor Misericordioso do Pai.
Personalidade batalhadora, corajosa e audaz nos ensinou a moldar os tijolos de nossa igreja doméstica com a tenacidade “de quem sabe esperar em Deus”. Seu otimismo e resiliência decorriam de sua vinculação profunda ao coração de Maria e de sua Convicção e Fé na Sabedoria do Senhor!
Anunciar o Deus vivo
E nós? O que nos falta ou como nos dispomos, hoje, a planejar e erguer nossa catedral interior e familiar para que a alegria e o amor sejam nossa base e impulso de vida? Qual a forma mais criativa ou adequada de Evangelização para nossa realidade atual? Em nossas “igrejas domésticas”, como anunciar o Deus vivo que nunca nos abandona e a presença da Mãe que diz: “nada sem Vós, nada sem nós”!
Referências
[1] URIBURU, Esteban. Herói hoje, não amanhã, pág. 61
[2] FRANCISCO, Papa. Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia
[3] Idem pág. 57