Vivência do “pilar da Palavra” à luz da espiritualidade de Schoenstatt
Pe. Rodrigo da Rosa Cabrera – Como já podemos conferir, a última assembleia da CNBB apresentou as diretrizes gerais da ação evangelizadora para os próximos anos, fazendo um bonito paralelo com a imagem da casa/lar que deve representar a fé para todos nós.
Entre os pilares sobre os quais deve estar fundamentada essa “casa” está o PILAR DA PALAVRA.
No início do seu Evangelho, São João afirma a existência e a força da palavra criadora de Deus como sustento de tudo o que por Ele fora criado e sem a qual nada teria sido chamado à existência. Portanto, a palavra de Deus é o que sustenta o criado e em Cristo a humanidade tem a experiência da plena revelação dessa mesma palavra.
Jesus Cristo, como palavra viva de Deus, revela igualmente a imagem da humanidade redimida (Cf. GS 3), ou seja, a humanidade que deve garantir o anúncio da Palavra no mundo à luz do relato dos Atos dos Apóstolos (2,42): manter a perseverança no ensinamento dos apóstolos. A força criadora da Palavra revela o sentido da vida e do agir dos fiéis, ilumina a vida inspirando novas posturas, atualizando o agir de Jesus Cristo no tempos atuais.
Torna-se urgente que todos possam aprimorar o seu conhecimento da Palavra enquanto Sagrada Escritura fazendo-a presente na vida de oração, nos momentos de formação como fonte inspiradora.
Nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, no Rumo ao Céu escreve: “Tu és infinitamente grande e belo, reinas sobre a terra e céus, que se inclinam cegamente à tua Palavra e te adoram sem cessar” (21). Inspirado também em Hebreus (4, 12), nos números 53 a 59 do Rumo ao Céu, o Pe. Kentenich apresenta a Palavra como aquela que “dispõe à transformação interior”, como “juiz do pensar humano”, “fornalha para o amor divino”, “martelo que destroça”, semente que se mantém viva” e reza pedindo que “a conservemos em nossos corações” da mesma forma que fez a Santíssima Virgem, para que possamos levá-la ao mundo.
Vemos o quanto a missão de Maria está intimamente unida à Palavra, já que ela mesma é portadora da Palavra, associada muito propriamente à “arca da aliança”. Ainda no Rumo ao Céu, o Fundador afirma que não ouvir a Palavra de Deus leva a seguir “caminhos confusos à disposição dos poderes das trevas” (307).
O Movimento Apostólico de Schoenstatt, em sua missão de difundir a cultura da Aliança de Amor para a renovação eclesial e do mundo, incorpora muito conscientemente a imagem da casa/lar proposta para as perspectivas de ação pastoral no Brasil. A experiência do Santuário como lugar do abrigo espiritual, da transformação interior e da fecundidade apostólica não é outra coisa senão a experiência eclesial que se deseja para todos os fiéis. Tanto os Institutos como as Uniões, bem como a Liga Apostólica nas diversas regiões de nosso país contribuem eficazmente como comunidades missionárias na construção da casa/lar de nossa Igreja.
Foto: cathopic.com