O Sr. Ernst Brandstetter, Irmão de Maria de Schoenstatt, é um alemão que viveu muitos anos no Brasil, em Santa Maria/RS. No ano de 1968, ele vivenciou dois momentos especiais que marcaram sua vida. Um deles foi um encontro pessoal com o Pai e Fundador, Pe. José Kentenich. Outro momento foi participar do velório e sepultamento do fundador.
Sobre esse segundo episódio, o Sr. Ernesto conta:
“Schoenstatt meu mundo, todo mundo deve tornar-se Schoenstatt”
No domingo do dia 15 de setembro, Pe. Alexandre Menningen estava celebrando a missa na capela dos Irmãos de Maria. A Missa começou às 7 horas. Durante a missa, ainda antes da consagração, chegou uma pessoa dando o recado que o Pe. Kentenich não passava bem e que estava na Igreja da Adoração. Pe. Alexandre, que era o primeiro de seus fiéis colaboradores, interrompeu a missa e fomos junto com ele ao Monte Schoenstatt.
O que aconteceu? Pe. Kentenich celebrava, pela primeira vez, uma missa nesta igreja que foi construída como cumprimento de uma promessa feita no Campo de Concentração e que havia sido inaugurada quatro meses antes. Participaram mais ou menos 600 irmãs. A Missa começou às 6h15min. Ele dirigiu-se pontualmente, acompanhado por dois sacerdotes, ao altar. Celebrou a missa, em latim, Versus Deum (de frente para Deus). Depois da Missa, voltou à sacristia, tirou os paramentos e permaneceu apoiado na mesa, com as duas mãos, por uns dois minutos. Os dois sacerdotes ficaram um à direita e um à esquerda. Passaram-se mais ou menos dois minutos sem nada especial. Repentinamente ele caiu com a parte superior do corpo em cima da mesa. Os dois padres tentaram ajudá-lo a erguer-se novamente, mas não conseguiram e não tiveram outra possibilidade do que deitá-lo no chão. Eram 7 horas. Às 7h15min chegou seu médico e constatou: “o coração não bate mais”.
30 minutos depois eu cheguei à Igreja da Adoração e entrei numa fila que ia até a sacristia. Chegando lá, vi o Pai e Fundador deitado no chão com uma almofada embaixo da cabeça. A fila foi indo e chegou a minha vez de ajoelhar-me diante dele. Havia um total silêncio. Parecia-me que seu rosto não havia mudado. Um ambiente de paz! Tive uma sensação de liberdade: paixões desordenadas, imaginações, medos, inseguranças, agressividades… tudo se acalmou. Sentia-me liberto e ao mesmo tempo um idealismo tomou conta de mim: “Schoenstatt meu mundo, todo mundo deve tornar-se Schoenstatt”. Este clima de paz durou até o seu sepultamento. Nos dias de velório, subimos inúmeras vezes até a Igreja da Adoração, pois houve vigílias durante 24 horas.
No lugar onde ele faleceu havia trabalhadores transformando a sacristia em lugar de sepultura. Exatamente no lugar onde caiu em cima da mesa, foi construído um sarcófago com chapas de basalto vulcânico da região. “Pelos acontecimentos Deus falou onde o Pai e Fundador deve ser sepultado”, falou Pe. Menningen.
Para o dia do sepultamento, o sarcófago ficou pronto, ainda sem a chapa da frente. Após a solene missa de Corpo Presente, ele foi colocado naquele lugar onde faleceu. A partir daí, os schoenstattianos que vão ao Santuário Original visitam também a Igreja da Adoração e se ajoelham diante do Pai e Fundador. E muitas graças são distribuídas nesses instantes.
Um mês e meio depois eu me encontrava em um navio a caminho do Brasil. No navio encontrei com uma pessoa que também estava em Schoenstatt na hora do falecimento de Padre Kentenich. Ela também ajoelhou-se uns minutos diante dele e me contou da mesma sensação que eu experimentei.
* O testemunho completo do Sr. Ernesto, incluindo seu encontro com o Fundador, você lê na última edição da Revista Tabor (ed. 112). Para conhecer e assinar acesse: revistatabor.com.br