Pe. Irineu Trevisan – A Igreja encontra, hoje, ambientes, lugares, pessoas impenetráveis, arredios, de difícil acesso à sua ação pastoral. Como, por exemplo, os bairros afastados, os católicos que não praticam a religião, os presídios, os arranha-céus de grandes centros urbanos, as famílias-problemas (divorciadas, pais separados, amasiados, destruídos), escolas hospitais…
As estatísticas revelam que as paróquias atingem somente dez a quinze por cento dos seus habitantes católicos.
Ora, a CMP – conforme os fatos atestam – consegue penetrar e expandir-se entre essas pessoas, locais e ambientes. As famílias-problemas, por exemplo, constituem um de seus alvos. Por ventura, elas podem incorporarem-se aos grupos de famílias da CAMPANHA e receberem mensalmente a visita da Mãe Peregrina?
Sim, podem, desde que na família haja pelo menos uma pessoa, que se disponha a cumprir os requisitos mínimos. São eles: proponha-se a acolher, venerar a Mãe de Deus como nossa Mãe, dê-lhe um lugar de honrar no lar, no dia seguinte, passe a Imagem para as outra família do grupo.
Mas, não estaríamos expondo a Mãe de Deus a lugares, famílias, ambientes, pessoas indignas? Vale a resposta de Jesus para aquelas pessoas que lhe vinham sussurrar que Ele estava sendo mal visto, por que freqüentava a casa dos pecadores. Jesus explicou-lhes: “O Médico existe para os doentes, e o Messias foi enviado para resgatar as ovelhas perdidas de Israel” (Mt 9,12; 15,24).
A Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt atinge, hoje, cerca de 240 dioceses e mais de três mil paróquias, no Brasil.
A que se deve esta expansão e êxito?
Sem dúvida, uma das razões é a sua estrutura. Ela tem caráter eminentemente diocesano e paroquial. Compõe-se de grupos de 30 famílias com uma Imagem da Mãe Peregrina a percorrer, um dia por mês nessas famílias. Cada um desses grupos está sob cuidados de um zelador (senhora, homem, casal ou jovem, Irmã religiosa, etc). Cada cinco ou dez zeladores são regidos por um coordenador. E os coordenadores, por seu turno, são de caráter comunitário-paroquial, paroquial, decanal (forania/região paroquial) e diocesano, conforme devem zelar por um desses repetíveis locais.
O funcionamento amplo da CMP depende muito do corpo de coordenadores e zeladores. São os instrumentos eleitos indispensáveis.“Deus criou o homem sem o homem, mas não quer salvar o homem, sem a cooperação do homem” – professou Santo Agostinho. Por isto, a mão humana é indispensável. Mas para isto é necessário o devido preparo e certa conduta moral, religiosa, técnica.
Por esta razão, os coordenadores e zeladores são preparados e instruídos através de encontros, palestras, retiros, congressos periódicos. Nessas ocasiões, vão inteirando-se dos objetivos, organização, espiritualidade, mensagens, funcionamento que sustentam a CMP. Tudo é colhido do Movimento Apostólico de Schoenstatt, do qual ela faz parte. Trocam experiências, solucionam os problemas eventuais, estimulam-se mutuamente, acompanhados e orientados pelos párocos, bispos, coordenadores de pastorais, assessores(as) (Padres, Irmãs, leigos do Movimento de Schoenstatt) da CMP. Esta estrutura garante o desenvolvimento e frutos da CMP.
Os frutos desse apostolado persistente, divino, abençoado frutificaram, floresceram em abundância. Bispos, sacerdotes, escolas, hospitais, presídios, favelas, aos milhares, acolheram a Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt. Ela estendeu-se por todos os estados do Brasil e por mais de noventa países dos cincos continentes. Só no Brasil, mais de três milhões de famílias incorporam-se a esse exército de oração. Milhares de leigos, senhoras, religiosas, casais assumiram esse tipo de apostolado, exercendo-o com persistência, com jeito e zelo apostólico admiráveis. São mais de cento e vinte mil, só aqui na nossa Pátria.
È uma Campanha apostólica que enriqueceu especialmente a pastoral familiar, em milhares de paróquias. Conseguiu penetrar em favelas afastadas da Igreja, em arranha-céus de grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre.
Método moderno de Pastoral
O Pe. Kentenich, ao inteirar-se desse tipo de atividade missionária, chamou-a de “método moderno de Pastoral”. E convidou o clero da Alemanha a introduzi-lo em suas paróquias. Viu nele realizada as palavras de São Vicente Pallotti: “ Vede como Ela – Maria SSma. – é a Grande Missionária?! Onde Ela penetra opera maravilhas!” (Herói Hoje, pág. 54)
A CAMPANHA DA MÃE PEREGRINA DE SCHOENSTATT – fruto de ação e iniciativa do Sr. João, na realidade, tornou-se avassaladora pelo mundo a fora, fascinante (Ler: Pe. I. Trevisan: A CMP – Um Apostolado Fascinante). Tornou-se uma avalanche de graças a invadir os lares, a provocar conversões, a fervor a fé cristã, a levar a ação evangelizadora da Igreja para o meio do mundo, inclusive a ambientes retrógrados e distanciados da religião.
Agradecidos e jubilosos, pois, cumpre cantar: glória ao Pai, por Cristo com Maria no Espírito Santo, agora e pelos séculos sem fim!
Só não entendi o termo “zelador”
Esse termo era usado para missionário, quando o Pe. Irineu escreveu esse texto.