Quatro semanas…
Karen Bueno – Olhando a frase acima alguém pode se perguntar: “Quatro semanas para quê?”. A resposta está em praticamente todos os cantos deste site. Se preferir, também é possível perguntar a qualquer um que pertença à Obra de Schoenstatt, ou simplesmente olhar com atenção: o aniversário de fundação do Movimento Apostólico de Schoenstatt está gravado em cada coração.
Em 18 de outubro de 1914, num ato silencioso – porém de grande importância – Pe. José Kentenich e um grupo de jovens congregados se reúnem numa capelinha. Dizia-lhes o Fundador: “Não seria possível que a Capelinha de nossa Congregação se tornasse nosso Tabor, no qual se manifestem as magnificências de Maria? Sem dúvida, maior ação apostólica não podemos realizar, herança mais preciosa não podemos legar aos nossos sucessores do que mover Nossa Senhora e Rainha a estabelecer aqui, de modo especial, o seu trono, distribuir seus tesouros e realizar milagres da graça”.
De lá ela parte ao encontro
Assim acontece. A Mãe de Deus é convidada a se estabelecer no Santuário e aceita o convite, transformando a Capelinha em sua morada. Porém, ela não se estabelece ali para ficar parada. Maria é a primeira missionária, aquela que deve apresentar Cristo ao mundo. Por isso é uma ação apostólica atrair a Mãe de Deus ao Santuário, porque ela atua como a grande educadora de missionários, que partem levando Cristo para o mundo. Ela também não se limita a ficar apenas no espaço físico do Santuário, ela parte, levando o Filho nos braços, para alcançar o seio das famílias.
O Papa Francisco propõe constantemente uma Cultura do Encontro – encontro entre os povos, culturas, entre cada um. A Mãe e Rainha de Schoenstatt é um sinal e exemplo concreto desse anseio do Papa.
“Nossa Senhora é sempre assim. É a nossa Mãe, que vem sempre depressa quando nós precisamos dela. Seria bonito acrescentar às Ladainhas de Nossa Senhora uma que reze assim: ‘Senhora que vai depressa, ora por nós!’. Isto é bonito, não é verdade? Porque Ela vai sempre às pressas, Ela não se esquece dos seus filhos. E quando os seus filhos se encontram em dificuldade, quando têm alguma necessidade e a invocam, Ela vem apressada. E isto dá-nos uma segurança, a certeza de ter a Mãe ao lado, sempre ao nosso lado. Caminhamos melhor na vida quando temos a Mãe próxima de nós. Pensemos nesta graça de Nossa Senhora, nesta graça que ela nos concede: de estar próxima de nós, mas sem nos fazer esperar. Sempre! Ela existe para nos ajudar, tenhamos confiança nisto. Nossa Senhora caminha sempre às pressas por nós” (Homilia do Papa Francisco – Solenidade da Santíssima Trindade – 26 /05/ 2013).
Para um mês especial
Do Santuário a Mãe de Deus parte, buscando ansiosamente os filhos, e em cada casa que chega a transforma em seu lar. Assim, a MTA “santuariza” as famílias.
Francisco Ziober, heroi de Schoenstatt, escreve no dia 18 de setembro de 1964, às vésperas do jubileu de 50 anos da Obra:
“Por isso é que neste dia 18, quando ainda falta um mês para se completar o Ano Jubilar, quando ainda temos um mês para pensar, sentir e olhar o passado, o presente e procurar deixar algo para o futuro, é que fazemos este apelo. Um mês ainda é tempo para fazermos grandes coisas para a Mãe querida. Sabemos que Ela depende de nós: ‘Nada sem vós, nada sem nós!’… Portanto, contemplemos o passado: as gerações fundadoras; o que sofreu por nós o Pai Fundador; e a herança que nos legaram os herois, símbolos de filialidade e entrega total numa Aliança de Amor pura e completa. Procuremos sentir tudo isto com intensidade e cheguemos assim até o presente: o que somos nós? Temos realmente vivido a Aliança de Amor com a Mãe? Temos sabido nos entregar totalmente para sermos instrumentos úteis dentro dos planos de Deus?”
As palavras de Francisco se aplicam perfeitamente neste dia:
“Se o passado nos traz tantos exemplos a serem seguidos, como deixaremos esta geração jubilar para o futuro? Meditemos. Temos ainda um mês. Ainda poderemos realizar o que não fizemos até agora. Lembremo-nos que, para os planos da Mãe Três Vezes Admirável, basta um segundo de entrega perfeita para que ela realize grandes coisas. Façamos nossa entrega perfeita, sejamos instrumentos e deixemos também uma herança jubilar às gerações futuras”.