Uma imagem sofredora e gloriosa: não é essa a realidade vivida pelo nosso povo?
Pe. Ottomar Schneider – Cabe aos nossos meios de comunicação schoenstattianos anunciar a todo o povo brasileiro as riquezas do ideal Tabor. Os leitores menos familiarizados com esse ideal nacional da Família de Schoenstatt do Brasil talvez perguntarão: “qual o significado do ideal Tabor?”
Ao anunciá-lo, nosso Fundador, Pe. José Kentenich, tinha em mente duas realidades fundamentais. A primeira, sua “ideia predileta” confiada à geração fundadora do Movimento Apostólico de Schoenstatt, em 18 de outubro de 1914. No Documento de Fundação o Pe. Kentenich registrou: “Se, porém, quiserdes saber o autor deste desejo, posso revelar-lhes a ideia predileta que acalento em meu interior. Ao contemplar as magnificências divinas no Monte Tabor, Pedro exclamou encantado: ‘Aqui é bom estar! Façamos três tendas’ (Mc 9,5). Estas palavras sempre me voltam à memória e frequentes vezes me perguntei: Não seria possível que a Capelinha da nossa Congregação se tornasse nosso Tabor?”
A segunda realidade foi a observação que o Pe. Kentenich fez da índole do povo brasileiro. Ao chegar ao Brasil, em 1947, percebeu que estava no meio de um povo extremamente filial. Na sua visão profética já antevia a missão que caberia aos filhos e filhas de Schoenstatt de nosso país: o anúncio de Jesus Cristo transfigurado no Monte Tabor!
No Tabor, como “Filho bem-amado do Pai”, Cristo mostra, aos três discípulos, o esplendor de sua glória. Ao mesmo tempo, fala com Moisés e Elias sobre sua próxima Paixão e Morte de Cruz (cf. Lc 9,28-31). Essa é a imagem real do Divino Redentor como Deus-Homem: aniquilado no Calvário, Jesus ressuscita glorioso na manhã da Páscoa. Portanto, uma imagem sofredora e gloriosa simultaneamente! Não é essa a realidade vivida pelo nosso povo em suas lutas diárias?
No seu Santuário Tabor, a Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt almeja educar os filhos e as filhas da Terra de Santa Cruz como homens e mulheres transfigurados em Cristo Redentor. Assim, na inauguração do Santuário de Santa Maria, no dia 11 de abril de 1948, o Pe. Kentenich pôde dizer: “À sombra deste Santuário Tabor devem decidir-se fundamentalmente os destinos do Brasil e do mundo por séculos!” Eis a meta e a dimensão do ideal Tabor que nos está confiado como Família de Schoenstatt em nosso país. É a Páscoa permanente de Cristo, celebrada dia após dia no seio de nossas famílias brasileiras que lutam pela sobrevivência, numa sociedade em transformação. Não será obra nossa, porém, da Mãe de Deus em seu Santuário, que nos educa e usa como instrumentos para a realização do ideal Tabor.
Por meio da Aliança de Amor em Schoenstatt, a Providência Divina suscitou o projeto da construção de uma “nova Cultura da Aliança”. Ela constitui a meta do secundo século do Movimento de Schoenstatt a serviço da Igreja de Cristo. Na audiência concedida à Família Internacional de Schoenstatt, em Roma, no dia 25 de outubro de 2014, o Papa Francisco não apenas confirmou, mas também enviou todos os membros do Movimento Apostólico para a construção da “nova Cultura da Aliança!”
Fonte: Revista Tabor, edição 92
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