«Fazer o ordinário de forma extraordinária, por amor a Cristo e a sua santa Mãe, sendo, dessa forma, um modelo de santo schoenstattiano no mundo» (Mario Hiriart)
Karen Bueno / Ir. M. Nilza P. da Silva – Estamos em plena Copa do Mundo 2022. Logo mais tem bola rolando em campo e todos de olho na bola e atentos ao comando do juiz. Sabia que o Venerável Mario Hiriart Pulido, herói do nosso Movimento Apost. de Schoenstatt era juiz em campo? É provável que muitos conheçam os talentos profissionais e intelectuais de Mario, assim como seu serviço à Igreja e o protagonismo na constituição dos Irmãos de Maria no continente americano. Mario fez tudo isso e muito mais.
Contudo, havia uma área na qual Hiriart não pode se desenvolver naquilo que tanto queria quando era pequeno. No período escolar, ele era um daqueles alunos exemplares, que tiram notas altas e quase nunca faltam na escola – foi, inclusive, premiado pelo menor número de ausências na escola. Ele obteve os mais altos índices de desempenho escolar por seu talento, porém, desde pequeno tinha uma saúde debilitada.
“Conhecemos, desde cedo, sua precária saúde, pela qual foi dispensado – por orientação médica – das aulas de educação física durante toda sua permanência na escola. Também eram visíveis as cicatrizes de suas operações e as saliências que reapareciam depois delas, cuja origem seus companheiros conheciam e respeitavam”.[1]
Mario adorava esportes, principalmente o futebol, e ostentava consigo o símbolo do clube pelo qual torcia. Contudo, não podia jogar! É interessante notar que, apesar dessa adversidade, “jamais se ouviu de seus lábios qualquer reclamação por essas limitações”, descrevem os amigos.[2]
Mas, surgiu uma possibilidade diferente para Mario Hiriart participar dos torneios de futebol, na época da escola: “Como não estava em condições de praticá-lo, gostava de participar das competições escolares daquela modalidade como árbitro, o que agradava aos companheiros, pois o apreciavam pela retidão e justiça no desempenho desta delicada função” [3]. Dentre várias premiações que recebeu no colégio, certa vez Mario foi contemplado com a condecoração de melhor companheiro, “assim, ele deixou claro que não estava fazendo uso egoísta de sua capacidade, mas sim que era um fator generosamente positivo no meio do grupo do qual fazia parte”.
Retidão e justiça na hora de avaliar
O que vemos em Mario Hiriart é algo que precisa estar presente nos árbitros que estão em campo nos jogos desses dias. Mas, não só neles, essas virtudes precisam fazer parte da vida de todos nós, quando precisamos avaliar as ações de alguém. Falamos da “retidão e justiça no desempenho desta delicada função”.
Nos jogos muitas vezes é possível consultar o VAR, a fim de avaliar se a pontuação ou a punição corresponde à justiça. Só que em outras modalidades de esportes, por exemplo, na ginástica artística o detalhe da beleza dos movimentos pode aumentar ou diminuir pontos, então, pode se tornar subjetivo. É por isso, que antes de lançar a pontuação no painel, todos os juízes analisam e todos precisam estar de acordo.
Mário desde cedo percebeu que a beleza de nossas ações, até mesmo no esporte está em detalhe essencial: no equilíbrio entre o amor, a verdade e a justiça. Se falhar um desses pontos, toda avaliação é incorreta. Nosso Pai e Fundador diz que “onde triunfa o amor, sempre reina a justiça e a verdade” [4].
Harmonia entre verdade e amor, entre a justiça e amor
Ao Pe. Humberto Anwandter, que quando jovem acentuava demais a justiça, nosso Pai e Fundador aconselhou: “Peça à Mãe de Deus que o eduque e ensine a harmonizar verdade e justiça com o amor, mas não o amor à custa da verdade e da justiça. A verdade sem amor fere; mas o amor sem verdade engana. Trata-se da autoeducação, são graças de transformação que a Mãe de Deus lhe dará, se o senhor as pedir.”
Que o juiz e venerável Mario nos inspire a cultivar em nós esses mesmos sentimentos.
Conhece a terra, a nação de Deus, que o Senhor construiu para si: onde reina a veracidade
e a verdade domina e triunfa; onde nosso agir e omitir são julgados, segundo as santas normas da justiça; onde o amor une corações e mentes e o Senhor e Mestre empunha o cetro? [5]
Sim, eu conheço! E quero ajudar a construir a história desta terra!
[1] GAZZANO, Ernesto Livacic. Mario Hiriart – El mensaje de un laico. Editorial Don Bosco. 1. Ed. Santiago/Chile, 1997
[2] Idem
[3] Ibidem
[4] Rumo ao Céu, 30
[5] Rumo ao Céu, 604