As dobras do manto da Mãe, que se estende sobre muitos

 

Ir. M. Nilza P. da Silva – No Santuário, os peregrinos “encontram a ternura e o amor de Deus no rosto de Maria… Ali, nossa Mãe querida, faz seus filhos menores sentirem que eles estão na dobra de seu manto,”[1] assim lemos no Documento de Aparecida.

Essa verdade impulsionou uma das 12 primeiras missionárias, a trazer em sua mala, um tijolo de Schoenstatt, para o Brasil, como sinal de que trazia consigo uma parte do Santuário Original, o fundamento do carisma e da espiritualidade que aprendera do Fundador, o Pe. José Kentenich.

 

Tijolos ao dispor

O que você faria se chegasse no Santuário e os tijolos de suas paredes estivessem ao seu dispor?

Cleber Liviero nos conta: “Recentemente houve uma reforma no interior do Santuário de Londrina/PR, para instalação de dois armários. Passando por lá para dar um olá à Mãe, deparei-me com uma caçamba com vários tijolos quebrados e alguns inteiros.”

Sim, os tijolos do Santuário, cuja pedra fundamental foi abençoada pelo Pe. Kentenich, do local onde foi definido nosso ideal nacional. Paredes que acolheram santos, como João Luiz Pozzobon, Francisco Ziober, Ir. M. Emanuele, Reginha… “As paredes dos santuários (que) contêm muitas histórias de conversão, de perdão e de dons recebidos que milhões poderiam contar.”[2]

 

De Santuário a Santuário

Cleber não perdeu a chance que Deus lhe dava: “Consegui separar alguns inteiros e levei para casa.” Marilsa Liviero, sua esposa, ainda na emoção de tocar em tais relíquias, narra que “os tijolos foram colocados no Santuário lar. Sentimos a delicadeza da Mãe de Deus e veio a ideia de oferecer um tijolo para o futuro Santuário (da Mãe e Rainha de Schoenstatt) em Maringá/PR. Então, como família, começamos a sua conquista espiritual.

No entanto, em uma partilha com uma Irmã de Maria, fomos convidados a levar a ideia ao Conselho da Família de Schoenstatt e ampliar esta conquista, que seria não só de nossa família no Santuário lar, mas de toda a Família de Schoenstatt, em Londrina.”

A ideia foi acolhida e, desde o dia 18 de dezembro, toda a Família de Schoenstatt londrinense, unida no símbolo desse tijolo, oferece muitas contribuições ao Capital de Graças para tornar este presente ainda mais valioso. A entrega do tijolo está prevista para março, no dia da bênção da pedra fundamental do novo Santuário.

 

As “dobras do manto” da Mãe

Simbolicamente, o Santuário, em Maringá, se torna “uma extensão” do Santuário de Londrina, recebendo as bênçãos do Fundador, em seu fundamento. Isso nos remete às palavras do Pe. Kentenich, em 25 de abril de 1948:  “Vejam a pedra! Será a pedra fundamental do pequeno Santuário. Que isto significa? …o Santuário, que dentro de algum tempo construiremos aqui para a Mãe Três Vezes Admirável, terá uma importância extraordinariamente grande na luta dos povos daqui contra o demônio e o seu reino”.

Mas, e os outros tijolos e partes da parede do Santuário? Alguns Santuários lares, na cidade, estão recebendo “as dobras do manto” da Mãe de Deus e guardando a herança, para que a grande esmagadora da serpente estenda sua missão e a realize a partir de múltiplos pontos, pois, “A Mãe de Deus também recebeu de Deus a ordem: Interfira nos acontecimentos da história!”[3]

Cleber finaliza contando:

“Levado pela emoção de conseguir tão grande relíquia, escrevi um breve poema:

 

 

Um pedaço de Ti

Certa vez, um rapaz foi ao Santuário, para pedir a bênção à Mãe, conversar com Ela, contar suas angústias. O local estava aberto, porém em reforma, sem condições para se sentar e conversar.

Ele olhou para o Altar e sorriu para Ela. Conversou de longe e deu um breve aceno.

Quando o rapaz se virou para ir embora, a Mãe lhe perguntou:

– Não queres algo mais, meu filho?

Então, o rapaz, de olhos baixos, respondeu:

– Sim, Mãe, queria preencher a parte que me falta, com seu carinho e seu afeto.

A Mãe sorriu e lhe falou:

– Vá atrás do Santuário, numa caixa tem vários ‘pedaços meus’, onde muitos corações oraram pedindo graças. Ali tem muitas alegrias e realizações, tem o suor dos primeiros, pegue e complete o que lhe falta.

Assim, com muita alegria, o rapaz foi e completou seu espaço.

Totus Tuus Mariae!”

 

 

 

[1] Doc de Aparecida, 265

[2] Idem, 260

[3] Palavras do Pe. Kentenich, na bênção da pedra fundamental para o Santuário, em Londrina, 25 de abril de 1948