Aliança de Amor: A MTA educa um monge

 

Ir. M. Nilza P. da Silva – O Monge Cristiano de Oliveira Sousa reside no Mosteiro da Santa Cruz, que tem mais de mil anos de fundação, e fica em Fonte Avellana, na Província de Pesaro Urbino, região delle Marche, na Itália. É Benedititino da Congregação Camaldolense, atualmente é o mestre de noviços, educador dos novos monges, é pregador de retiros e atua no atendimento pastoral.

 

Os passos para o Santuário o conduziram para o mosteiro

Desde sempre soube que existia a espiritualidade de Schoenstatt. “Mas, as visitas frequentes ao Santuário de Atibaia, despertou em mim, uma inquietação interior. A Mariologia de Schoenstatt, foi importante para provocar o desejo de conhecer melhor,” conta ele. Em suas orações diante da Mãe e Rainha, pedia-lhe que ela lhe indicasse o caminho que Deus havia previsto para sua vida e assim chegou à clareza que sua vocação era a vida monástica.

A caminhada no mosteiro o uniu ainda mais a Schoenstatt: “Aos poucos fui me identificando com o Santuário, com Padre Kentenich, e percebendo que minha escolha vocacional – vida monástica- poderia ser alimentada pela ‘experiencia espiritual’ que emana de Schoenstatt. Porque Schoenstatt é muito mais que uma ajuda, mas um ‘lugar a-geográfico’ para o homem atual, pois o homem schoenstattiano, pelas mãos de Maria, por meio da Aliança de Amor e pela ‘autoeducação’, assume sua liberdade, seu ser individuado em meio a essa cultura de massa.”

 

A Mãe e Rainha “atrai seu coração juvenil o educa”

Ele faz a preparação e sela a Aliança de Amor: “A Aliança de Amor me levou a ter consciência clara da minha missão e ser um ‘instrumento’ eficaz e eficiente nas mãos de Maria, colaborando com Ela na renovação do mundo, renovação religiosa e moral.”

Dom Cristiano segue em sua caminhada beneditina, com o coração no Santuário. “Após selar a Aliança com a Mãe de Deus, pude experimentar concretamente o ‘ser educado’ por Ela. Passei por situações e momentos de grande sofrimento, o que exigiu de mim uma confiança sobrenatural na ‘intervenção da Mãe de Deus’, e a crer (mesmo sem compreender) na Providência de Deus-Pai.”

 

Uma entrega completa

Como resposta à ação educadora da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, o monge se entrega cada vez mais profundamente: “Pude entender que tudo poderia ser vivido a partir da Aliança, e por isso ‘me abandonei por completo’ a Deus, por meio de Maria, e deixei Ele pedir o que quiser, como quiser e quando quiser. Pude viver isso com uma confiança e entrega total, à luz do amor.”

Então, ele é conduzido pela Mãe de Deus a aprofundar sua entrega: “Viver isso me levou a ter clareza da minha vocação schoenstattiana e entregar oficialmente minha ‘Carta Branca’, por meio da Mãe de Deus. O caminho, conduzido pela Mãe de Deus, infundiu em mim um desejo consciente de viver um amor mais perfeito com Deus, com a Mãe e com todos os que se consagram em e por Schoenstatt.”

 

Schoenstatt e Beneditinos

Sim, um schoenstattiano autêntico é vinculado à Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt, ao Santuário, ao Fundador e oferece suas contribuições ao Capital de Graças. Assim, Dom Cristiano vive, na clausura do seu mosteiro. Nas alturas das montanhas italianas, ele se empenha para “subir a escada” da santidade. “Schoenstatt oferece, sem dúvidas, meios para viver a própria vocação, de modo mais profundo e coerente, em uma congregação ou ordem religiosa (como é o meu caso). Posso testemunhar que, na Aliança de Amor com Maria, vivida em diversos graus, pude perceber na prática, em cada detalhe do meu cotidiano, o trabalho da Mãe de Deus, como ‘educadora’, santificando-me na fidelidade ao que prometi na Profissão Religiosa e sobretudo, na Ordenação Sacerdotal.”

 

Seu modelo e pai: Pe. José Kentenich

Assim como Pe. Kentenich, a Mãe de Deus confia a Dom Cristiano a educação de seus escolhidos. No silêncio, na oração e no trabalho, ele se deixa inspirar pelo Fundador de sua Ordem, São Romualdo de Ravena, nutrindo-se da espiritualidade que o Espírito Santo oferece à Igreja, por meio de nosso Fundador, Pe. José Kentenich: “Sua fé na Providência Divina, sua consciência de ‘ser Pai’, sua Obediência, sua fidelidade à Igreja – apesar de tantas situações difíceis – é um símbolo para mim e para os religiosos e sacerdotes de todas congregações e institutos. Sua vida, sua obra, seus escritos, são fontes que nutrem minha vida como monge e sobretudo, como sacerdote. Sua ‘união com a Mãe de Deus’ é irradiação para mim, para viver melhor minha consagração religiosa e sacerdotal. Ele é o modelo de homem. Diria o modelo ‘urgente’ a ser apresentado nesse tempo em que vivemos.”

 

 

Inscrito no coração da MTA

Nos passos do Pe. Kentenich, a Divina Providência sempre estreita os laços de Dom Cristiano com o Santuário e, no dia 25 de fevereiro, ele aprofunda mais uma vez sua entrega na Aliança de Amor, desta vez, no grau da Inscriptio. Ele aproveita sua estada no Brasil e, na Santa Missa, no Santuário da Mãe e Rainha, Tabor da permanente presença do Pai, em Atibaia/SP, no momento do ofertório, inclina-se diante dela, em oração silenciosa, assina sua Carta Branca, desta vez, inscrevendo-se mais estreitamente ao seu coração: “A Aliança que selei, no grau da ‘Inscriptio’ foi fruto da vivência total dentro do Coração da Mae de Deus. Entendi que havia chegado o momento de expressar o que estava vivendo. Conformar-me à vontade de Deus (na cruz e no sofrimento), por meio de Schoenstatt para colaborar com a redenção do mundo, com a entrega plena de minha vontade e do meu amor.”

O monge já retornou à sua milenar “Abadia de Fonte Avellana, tornada célebre, por profundidade de saber e por santidade de vida, graças a inúmeros Religiosos , como a definiu São João Paulo II. Nesse lugar de silêncio e contemplação, jorram as graças do Santuário e as talhas do Capital de Graças se enchem com seu empenho para cumprir as exigências da Aliança de Amor: “Esta santificação, eu exijo de vós”.

 

Fotos: Ir. M. Nilza P. da Silva