Leia a Carta de Santa Maria na íntegra
Uma saudação muito especial do Pe. José Kentenich às famílias
Ir. M. Patrícia Lemes – Já no início da década de 1930, o Servo de Deus Pe. José Kentenich pôde contemplar a expansão do Movimento Apostólico de Schoenstatt por toda a Alemanha. Jovens e crianças, sacerdotes, Irmãs, homens e mulheres encontravam em Schoenstatt um caminho de santidade e de inspiração para o apostolado.
E, com essa amplitude, ele pensava muitas vezes que as famílias também deveriam encontrar o caminho para Schoenstatt. Para isso, como um filho da Providência, estava sempre atento e aguardava uma “porta aberta” para iniciar um trabalho com as famílias no Movimento.
Conhecemos a história: essa porta se abriu no campo de concentração de Dachau. Ali o Pe. Kentenich conheceu o Dr. Fritz Kühr, que aceitou ser cofundador da Obra de Famílias. Após ser libertado de Dachau, o Fundador contou com o apoio do Pe. Johannes Tick, na Alemanha, para concretizar essa grande missão.
Após três anos, em 1948, forma-se o primeiro grupo de famílias, com 44 casais que se preparavam para selar a Aliança de Amor no Santuário Original, por ocasião da Solenidade de Pentecostes. Para essa data, Pe. Tick solicita ao Pai e Fundador – que se encontrava no Brasil, em Santa Maria/RS – uma mensagem para as famílias que selariam a Aliança. No dia 15 de abril, Pe. Kentenich escreve e assina essa saudação, a chamada “Carta de Santa Maria”, que é um programa inspirador para a nascente Obra de Famílias.
25 anos mais tarde, na celebração do jubileu de fundação da Obra de Famílias (16 de julho de 1967), o Pai e Fundador, durante sua conferência, mostrou a importância dessa carta e a denominou como o “Documento de Fundação da Obra de Famílias”.
Uma nova terra mariana a partir da família
O conteúdo dessa carta apresenta um cunho profético com o qual o Pe. Kentenich se dirige às famílias. Nela ele contempla as futuras gerações, inclusive a que vivemos hoje; ele antevê os desafios deixados pelas sequelas do pós-guerra, que a sociedade enfrentaria em todos os seus âmbitos, especialmente na família. Com a palavra “desenraizamento”, Pe. Kentenich sintetiza a chaga do tempo. Diríamos que se trata da “carência do cultivo de vínculos” em todas as áreas, o que impossibilita a experiência de Deus na vida (organismo natural e sobrenatural das vinculações).
A resposta para esse mal está na missão da Mãe de Deus para nosso tempo, a partir de Schoenstatt. Ela quer configurar uma nova sociedade, por meio da multiplicação de sólidas famílias schoenstattianas que:
– Se deixam iluminar e formar pelas graças do Santuário;
– Na força da Aliança de Amor, se empenham pela santidade familiar no cumprimento da vontade e Deus;
– Em liberdade e na graça, afirmem os valores do matrimônio e cultivem uma espiritualidade e pedagogia familiar, assegurando os sólidos valores da família comprovados e necessários para a renovação da sociedade.
Esses “milagres da graça” que o Pai cita acima, frutos da força do Espírito Santo, ele confia à Mãe de Deus: “Levem a imagem de Nossa Senhora e dêem-lhe um lugar de honra nos vossos lares. Assim eles se converterão em pequenos santuários nos quais a imagem de graças mostrará o poder das suas graças, criando uma santa terra familiar e formando santos membros na família” (Famílias de Schoenstatt – História e Missão, p. 33).
A recordação da Carta de Santa Maria nos inspira a contemplar a Mãe Três Vezes Admirável em nosso Santuário Lar e a suplicar-lhe que realize em nossas vidas, em nossas famílias, milagres de transformação, do fortalecimento dos vínculos naturais e sobrenaturais para que nosso lar e a sociedade se tornem nova terra mariana.
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