“Pois nós, a seu exemplo, podemos ser essa ponte entre o humano e o Divino”
Rosângela Marramarco Lovato – Ser mãe é o sonho de muitas mulheres. Um sonho às vezes acalentado por muitos anos e uma grande aspiração, objetivo de vida. Nem todas o realizam e, às vezes, algumas são surpreendidas pela maternidade assim como Maria. O que não sabemos ao iniciar a jornada é que essa missão de serviço é incondicional, ultrapassa o tempo, as forças físicas e emocionais e não nos poupará nada, até a última lágrima. Lágrimas de preocupação, ira, desilusão, mas também de alegrias que não cabem no coração e transbordam pelos olhos. Uma vez mãe, sempre mãe! Como Maria!
O amor Ágape
Ao nascerem nossos filhos, talvez pensássemos como Pedro (Jo 21, 15-19), ao ser perguntado pelo Senhor: “Pedro, tu me amas (ágape)?” que a resposta: “Eu te amo (filos)”, seria suficiente. Ó santa ingenuidade! [1]
O amor ágape terá que surgir, nem que tenha de nascer “à fórceps” de dentro do nosso coração! Um amor que dá tudo e não reserva nada para si, porque aprendemos a amar nossos filhos quase que com violência. As situações de suas vidas que impactaram as nossas e exigiram o máximo de nós nos mostraram como viver o amor Ágape – o amor de Maria como Mãe!
Ela aprendeu que amar seu Filho lhe custaria muito mais que admiração, inquietações ou falta de sono. Seu amor por Ele levou-a ao cume do sofrimento, da rejeição, do medo, mas também, por sua fidelidade, a viver, antes de todos, aquilo que nos foi prometido: ir para o Céu em corpo e alma, junto à seu Filho! (Sonho de toda boa mãe católica)
A busca e o pedido
“Por que me procuravam? Vocês não sabiam que devia estar na casa de meu pai?” (Lc 2, 41-51). Como não te procurar Filho? Como não te buscar até te encontrar? Como te deixar? A exemplo de Maria, como nós, mães de filhos imperfeitos, por nós gerados, poderemos descansar até que nossos filhos achem o Verdadeiro caminho da Vida? Se ela e José correram de volta à Jerusalém atrás de Jesus, o que faremos nós? Não descansaremos nunca até que nossos filhos possam ser salvos! Teremos parte na sua salvação ou na sua condenação eterna.
Assim como ouvimos dezenas, centenas, milhares de vezes aquele chamado insistente: “Mãe! Mãe!! Mãe!!!” até que respondêssemos: “O quê ? Estou aqui” Nossa Mãe Admirável também não cansa de ouvir nossas súplicas. Ela, a Onipotência Suplicante diante de Deus Trino, ouve as nossas súplicas insistentes como as das crianças. Súplicas de ordem física, material e espiritual. Algumas delas prontamente respondidas e tantas outras adiadas e encaminhadas. Quem dera, por nós protocoladas junto ao coração da Mãe de Deus. Pois nós, a seu exemplo, podemos ser essa ponte entre o humano e o Divino, transcendendo o plano natural e encaminhando esses pedidos de nossos filhos, revelados ou não, ao coração Imaculado de Maria.
A empatia
Uma mãe sempre entende outra mãe! Como pediatra há mais de 30 anos e mãe de seis filhos, tive a graça de ouvir e receber muitas angústias e solicitações. E o melhor mesmo que já pude fazer foi encaminhar tantas delas a nossa querida Mãe, com a súplica de que estivesse comigo, me ajudasse naquilo que para mim era impossível de resolver! O resultado foi e é maravilhoso! O efeito resultante é sobrenatural e ultrapassa muito minha limitada capacidade humana de prescrever, ouvir ou aconselhar – portanto, só poderia ser obra dEla! Assim também percebemos isso na vida dos nossos filhos. O Thomé e eu não temos como duvidar que a Graça superabundou sobre a natureza e sobre nossa restrita capacidade de educar e conduzir nossos filhos a Deus. É tudo obra dEla, desta Mãe Três Vezes Admirável, e o que pode vir a faltar certamente será por não termos recorrido suficientemente ao seu amparo precioso como os cristãos o fazem há séculos:
“Lembrai-vos ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer
que algum daqueles que tem recorrido à vossa proteção,
implorado a vossa assistência e reclamado o vosso socorro
fosse por vós desamparado.
Animado eu, pois, com igual confiança a vós, Virgem entre todas singular,
como a Mãe recorro, de vós me valho e, gemendo sob
o peso dos meus pecados, me prostro aos vossos pés.
Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado,
mas dignai-vos de as ouvir propícia e de me alcançar
o que vos rogo. Amém.(Oração composta por São Bernardo)
Feliz Dia das Mães!
*Rosângela e Thomé Lovato são da União de Famílias de Schoenstatt de Santa Maria/RS
Foto: Schoenstatt International Communication Office 2014
[1] Pedro acreditava que um amor ‘filos’ (o amor fraterno, que envolve mútuos benefícios) bastaria, mas Jesus lhe pedia mais, pedia um amor ‘ágape’ (o amor incondicional, completo, heroico).
Publicação original: 2019
Lindos textos. Sempre precisamos de uma leitura revigorante assim para aumentar a nossa fé. Obrigada.
Adorei este artigo estão de parabêns! e muito bom! Vou indicar este conteudo para os meus amigos
Obrigada