35 anos do falecimento de Eugênia Mahringer
Sra. Ana Christina Melquiades – Hoje celebramos 35 anos do falecimento de Eugênia Mahringer, faleceu no dia 14 de julho de 1988. Uma grande personalidade da nossa história de Schoenstatt, especialmente na fundação da Juventude Feminina e do Instituto Nossa Senhora de Schoenstatt. Neste ano que celebramos os 100 anos da entrada das mulheres em Schoenstatt, queremos voltar nosso olhar para sua vida de entrega incondicional a Schoenstatt e ao Fundador.
Em ocasião do seu funeral, no dia 18 de julho de 1988, nos diz o Pe Walter Jakel (então assistente do Inst. Nossa Senhora de Schoenstatt) sobre Eugênia Mahringer:
“O encontro em sua juventude com o Fundador da Família de Schoenstatt, Pe. José Kentenich, talvez pertença à parte mais importante de sua existência e marcou toda sua vida futura. Ela seguiu o Fundador em íntima união com ele, desde os primórdios da Família de Schoenstatt em desenvolvimento. Deve ter sido significativo que o próprio Fundador a tenha chamado para ser a primeira líder do “Reino da Juventude” (Pe. Walter Jakel, 18 de julho de 1988)
Nessa ocasião o Pe. Kentenich disse-lhe no Santuário Original: “Sei em quem pus minha confiança!” (2 Tim 1,12). Estas palavras tiveram grande eco no seu coração. Eugenia começou a formar grupos de juventude e conquistou outras jovens professoras para que pudessem fazer o mesmo onde trabalhavam, organizava muitas jornadas em Schoenstatt.
Pouco a pouco Eugênia foi entendo a centralidade de Schoenstatt. No dia 1º de abril de 1932, ela faz sua consagração na União Feminina e se consagrou com o ideal “Portadora de Cristo”. Isso marcou profundamente sua vida: um amor apaixonado por Cristo e a Eucaristia intimamente unido a Maria.
Neste tempo o nazismo continuava sua atuação em toda Alemanha, principalmente no ataque à Igreja, aos sacerdotes e religiosas. Os leigos passam a ter um papel fundamental de testemunho de fé no meio do mundo. Esta ideia encheu o coração de muitas jovens e também de Eugênia, “uma ordem no meio do mundo”. Eugenia trabalhou intensamente e no silêncio por esta ideia, chegou a ser uma grande colaboradora na fundação do Instituto Nossa Senhora de Schoenstatt. Depois da volta de nosso Pai e Fundador de Dachau, se dá a constituição deste Instituto, em 1946. Eugênia esteve durante 30 anos como superiora da Região de Stuttgart das Senhoras de Schoenstatt.
Em sua vida vemos resplandecer o ideal: “Em união com o Fundador, entrega indivisa a Cristo”.
Assim ela acompanhou o Fundador em seu caminho e descobriu a razão última do exílio do Pe. Kentenich. Ao estudar seus escritos, Eugenia descobriu a missão do 31 de Maio. Sabemos o que isto significava. Para uma lutadora, como era ela, isso significava lutar por sua liberdade” (Pe. Walter Jakel, 18 de julho de 1988)
Como região, as Senhoras de Schoenstatt entregaram como oferta o Santuário que queriam construir em Stuttgart, pediram à Mãe que colocasse todos os obstáculos para a liberação de nosso Pai e Fundador do exílio, sobre seus ombros e sobre o Santuário que queriam construir.
Como região de Stuttgart assim rezavam e pediam: “Mãe coloca todas as dificuldades que obstaculizam o retorno do nosso Pai sobre este Santuário, aparta todos os impedimentos que se opõem ao seu regresso e coloca-os sobre nossos ombros e sobre nosso propósito de construir”.
Nossa Mãe levou a sério esta entrega: o Santuário de Stuttgart demorou 14 anos para ser construído. Este ato chamou-se Paralelo Unidade Bellavista-Stuttgart.
Quando retorna do exílio, o Fundador disse à Eugenia: “Seu Santuário fez história antes de ser construído. Deve ser o Santuário do Retorno e da Vitória, da Vitória da Mãe sobre todos os poderes anti-divinos”.
No ano de 1965, de Roma, o Fundador enviou a Cruz da Unidade original a este Santuário como um presente de gratidão por esta entrega e fidelidade. O Pai havia retornado, a vitória havia chegado, mas o Santuário ainda não existia. Na verdade, todas as dificuldades, mesmo em sua forma exterior, foram colocadas neste Santuário como uma contribuição para a libertação do Pai e Fundador. O Santuário de Stuttgart foi abençoado no dia 14 de setembro de 1969, demorou 14 anos para ser construído, viveu as 14 estações da Via Sacra unido aos 14 anos do exílio do Pai.
“Se eu pudesse sintetizar em uma frase como vejo a pessoa de Eugenia Mahringer, como queremos manter sua memória, como temos nela um exemplo, também um exemplo no lutar e se esforçar, um exemplo em dominar as paixões que perturbam o coração que deveria ser purificados para estar perto de Deus, se eu pudesse dizer tudo em uma frase, então me vem à mente: Eugenia Mahringer lutou toda sua vida por Schoenstatt, por nosso Pai, pela Igreja. “Ao vencedor darei coroa da vida”. Confiamos que isto será cumprido, que ela receberá a coroa da vida, da esperança e da confiança no Eterno. Que seu ideal do Curso “Spes” (Esperança) se realize, que ela possa contemplar a glória do céu, que ela também receba uma coroa da Mãe de Deus; de nosso Pai. É isto que queremos implorar e dar com o mesmo fervor nossa vida pela missão. Amém. (Pe. Walter Jakel, 18 de julho de 1988)