José Roberto Balan e Bernadete Odebrecht Nassif – No dia 16 de julho de 1942, o Pe. José Kentenich, segundo sua própria expressão, conclui a Obra de Famílias de Schoenstatt , no Campo de Concentração de Dachau. O Dr. Friedrich Kuhr, a primeira vocação do Instituto de Famílias, é o instrumento usado para isso.
O Pe. Kentenich estava para completar 57 anos de vida, quando realizou mais este ato ousado, confiante na vontade divina e na sua Aliança de Amor com Maria, Mãe de Deus. Para tanto, após concretizar a fundação da Obra de Famílias, reconhece que as leis do Reino de Deus também se aplicam a este momento.
Uma destas leis é a “Opera Dei Perfecta”[1], que significa, quando Deus começa algo, não recua no seu empenho: leva-o até o fim, independente dos obstáculos a vencer.
E assim se deu: uma Obra familiar com diferentes acentos, na vocação, a serviço das famílias e da Igreja.
Por que três Ramos de Famílias em Schoenstatt?
Mas, por que uma Obra Familiar com três ramos, Liga, União e Instituto? Não bastava um só? Seguramente esta pergunta já fora realizada inúmeras vezes. E a resposta se encontra, com um e outro complemento, na expressão aqui já mencionada: “Opera Dei Perfecta”.
O fundador de Schoenstatt previu, além da importância da instituição, família, não só para a sociedade, mas para a Igreja, a diversidade de dons dos casais, com distintos interesses e características vocacionais, devido a crescente expansão do Movimento Apostólico de Schoenstatt.
Neste sentido, cumpre a cada ramo, em cooperação solidária e respeitosa, consciente de sua originalidade, orientar os matrimônios para o caminho vocacional a que são convidados a trilhar.
Importam as características dos diferentes ramos? Claro que sim, na medida em que Deus chama cada um pelo nome, para uma missão própria e original, segundo um estilo de vida e Sua vontade. Mas, para este breve artigo, ainda que existam diferenças, há semelhanças que as suplantam e dão contorno a esta Obra familiar.
Um exemplo? A Carta de Santa Maria, escrita no ano de 1948. Trata-se de um verdadeiro direcionamento, inspirador, para a então nascente Obra de Famílias.
Nela pode se encontrar o impulso do fundador para as famílias, ao escrever: “Levem a imagem de Nossa Senhora e dêem-lhe um lugar de honra nos vossos lares. Assim eles se converterão em pequenos santuários nos quais a imagem de graças mostrará o poder das suas graças, criando uma santa terra familiar e formando santos membros na família”[2]
Outro exemplo? As iniciativas que unem a Obra Familiar, em diversos países. Estas foram causas da realização do último CIOF 2023[3], no Paraguai, cujo lema foi “Familias em Aliança, Coração para o Mundo”.
Por ser um Movimento com carisma pedagógico, Schoenstatt é atual e tem muito a contribuir com as famílias, em especial neste tempo, em que são afrontadas em sua estrutura e valor.
Que graça e riqueza poder existir uma Obra de Famílias com a missão comum de acolher, transformar e enviar as famílias ao mundo; e assim, contribuir para que elas sejam sadias e cresçam fortemente, conformando uma nova e cada vez melhor ordem social.
Por isso, neste dia 16 de julho, muita gratidão ao Pe. José Kentenich, por ser este instrumento, fiel e audaz, da Opera Dei Perfecta, na fundação da Obra de Famílias.
Para conhecer cada ramo que compõe a Obra de Famílias, clique aqui:
[1] Pe. José Kentenich, Conferência de 13 de julho de 1959, em Milwaukee. Extraído do livro: Avante. Uma seleção de texto para o Instituto de Familias de Schoenstatt. p. 33.
[2] Pe. José Kentenich, Carta de Santa Maria, 15 de abril de 1948.