Ir. Lúcia Maria Menzel : “Quando presenciamos vivências fortes da fé, também nos questionamos sobre o que Deus quer de nós”
Juliana Dorigo – A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é sempre um momento marcante, uma vivência forte e de espiritualidade que marca, para sempre, a vida de quem participa. E foi assim, através da JMJ, que a Ir. Lúcia Maria Menzel, que nasceu na Alemanha, decidiu dedicar a sua vida ao Movimento Apostólico de Schoenstatt no Brasil. “Quando presenciamos vivências fortes da fé, também nos questionamos sobre o que Deus quer de nós”.
Para ela, o caminho vocacional é como um mosaico de pequenas pedras que vão se construindo ao longo do caminho, para que se possa entender o chamado de Deus. “Uma vocação sempre tem uma imagem, um efeito de pequenas pedras como um mosaico, assim também é o caminho vocacional, sempre em pequenas pedras que aos poucos vão se formando e assim conseguimos entender o que é a vontade de Deus”.
Ao participar da Jornada em Czestochowa, na Polônia, em 1991, junto à Juventude Feminina de Schoenstatt, Ir. Lucia Maria vivenciou sua primeira JMJ, cujo lema era “Vocês receberam o Espírito que os adota como filhos”, presenciando a espiritualidade dos jovens que participavam das atividades, caminhadas e também da Santa Missa com o Papa João Paulo II. “Lembro que lá tem o Santuário Nacional, onde eu fiz a oração pedindo que Deus me mostrasse o meu caminho, qual era a vontade de Deus na minha vida”, recordou.
Acho que é melhor você ir para o Brasil
O espírito da Jornada acompanha os jovens no seu retorno, desperta a fé e o desejo de levar adiante a incrível experiência que adquiriu durante aqueles dias. “Nós retornamos com toda essa atmosfera internacional e surgiu para mim o desejo de fazer intercâmbio, pensei que talvez seria uma oportunidade, eu já tinha começado a trabalhar e ainda estava encerrando um curso na faculdade”, contou ela.
Depois de terminar o curso superior de Teologia, ainda sem prever uma carreira consagrada, Ir. Lucia Maria conversou com o Pe. Engelbert Monnerjahn, que atendia sua confissões. “O Padre de Schoenstatt era postulador da causa [de beatificação] do Pe. Kentenich, ele morava ali e muitas vezes nos atendia em confissão, então se tornou também um orientador espiritual para mim. Quando eu retornei, falei isso para ele e depois ele falou: acho que é melhor você ir para o Brasil”.
Depois de ser acolhida pelas Irmãs de Maria no Brasil, em Atibaia/SP, o desejo da vocação despertou. “Depois de duas semanas veio muito forte a questão da vocação. Fiquei um ano aqui e depois de um mês eu me decidi. Em três meses já era época de Natal, então eu voltei para casa e, depois, já entrei no postulado. A decisão é algo que Deus vai colocando, sempre uma pecinha, até que a gente consegue chegar a uma conclusão”.
São coisas que tocam muito fortemente a gente
Ir. Lucia Maria hoje é assessora regional da Liga de Famílias de Schoenstatt no Sudeste. Ela ressalta a importância da juventude ter essa vivência com a JMJ, mesmo que de longe, e pôr em prática a catequese do Papa e os momentos mais importantes, como a vigília e a via sacra. “Acho importante os jovens participarem, mesmo que pela televisão ou pela internet, dos momentos da Via Sacra, a vigília e a Santa Missa. Esses três momentos fortes – claro que na televisão é uma coisa e vivenciar é outra -, mas seria algo que os grupos de jovens poderiam buscar, passar os temas na catequese, poderiam acompanhar um pouco esses momentos”.
A Ir. Lúcia Maria também recordou outro momento especial, na jornada de Colônia, em 2005, na Alemanha, quando o Papa Emérito Bento XVI acolheu milhares de jovens em sua terra natal. “Eu já era Irmã. Foi muito marcante, porque era uma multidão de jovens e, quando andávamos, podíamos vê-los deitados no campo, jovens do mundo inteiro, 1 milhão de pessoas que estavam ali, todos em paz. Muitos cantavam, alguns cansados e outros brincavam durante a tarde conversando”.
Mas foi no momento de adoração que pode perceber o real motivo pelo qual aquelas milhares de pessoas estavam reunidas. “Expuseram o santíssimo e tudo se silenciou totalmente, foi um momento muito forte de oração na presença de Jesus no meio daqueles jovens. Essas são coisas que tocam muito fortemente a gente. Já tive outras experiências com Jesus, mas, assim, foi um momento muito bonito, a gente percebe como isso toca o coração daqueles que participam de uma jornada, eles certamente levam essa vivência para a sua vida”.
Schoenstatt e a riqueza da internacionalidade
O Movimento de Schoenstatt sempre incentivou tanto a Juventude Feminina (Jufem) quanto a Masculina (Jumas) a viver a Jornada Mundial da Juventude. “Acho que se vivencia muito que nós somos a internacionalidade e a riqueza da nossa Igreja, são muitos movimentos, grupos e comunidades religiosas, então se abre um leque; não somos apenas nós aqui, são outras pessoas que têm o mesmo ideal e que buscam a santidade”.
E finaliza: “Motivamos os jovens para a vivência de fé e a vivência da Igreja, sempre um enriquecimento, então a nossa participação é estarmos ali, juntos, marcando presença, mostrando que estamos ali”.
Estivemos no último sábado fazendo retiro. Meus filhos gêmeos fazem parte do grupo de crisma do santuário Santa Terezinha do Taboão da Serra SP. Foi um dia maravilhoso e fiquei totalmente encantado em conhecer a irmã Lúcia Maria, uma pessoa que tem presente em sua vida o espírito santo de Deus.
Foi gratificante o que a irmã Lúcia teve na vida dela, a forte experiência com o Espírito Santo. Vamos rezar pelos jovens pelas vocações deles.