“Seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e conduziu-os a sós a um alto monte. E transfigurou-se diante deles” (Mc 9, 2)
Karen Bueno / Ir. M. Nilza P. Silva – Há um tempo, uma emissora nacional lançou uma pergunta a ser respondida pelo seu público: “Que Brasil eu quero para o futuro?”. Surgiram brincadeiras e questionamentos sobre essa iniciativa – o que é natural. Mas, debates à parte, a pergunta feita é pertinente e interessante para todos os tempos: “Que Brasil queremos para o futuro?”
No anseio de se construir uma nova terra mariana, faz-se necessário pensar nessa questão. E, como Família de Schoenstatt, a pergunta merece ser respondida com os olhos fixos no olhar da Mãe, na tentativa de ouvir, junto com ela, aquilo que palpita no coração de Deus. Há muitas respostas possíveis de se dar, porém, sendo schoenstattianos, em todas elas está, como núcleo, a missão que o Pai e Fundador deixou: fazer do Brasil um Tabor.
Depende de mim
Olhando do alto do monte, que Brasil encontramos hoje? Há situações gritantes, que, muitas vezes, vão além da nossa compreensão. Debates políticos e sociais, entre certo e errado, entre direita e esquerda, entre isso ou aquilo, conseguem dividir famílias e amigos, constroem muros sobre certas relações, destroem os vínculos. Também se descobre um país carente de lideranças coerentes, de líderes autênticos… O cenário atual pode até assustar, mas, antes, serve como impulso e oportunidade para se sonhar e criar um mundo novo. Pois, aprendemos de nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, que, onde há ruínas, é porque ali Deus quer criar uma nova vida.
Após conhecer nossa terra, nossos costumes e nossas gentes, sob a luz do Espírito Santo nosso Pai interpreta os planos de Deus para com a Família de Schoenstatt. Assim, no dia 20 de abril de 1947, ele confia à Família de Schoenstatt a tarefa de fazer do Brasil um Tabor – esse é nosso ideal nacional. Ele dizia que “precisam acontecer milagres de transformação, precisamos nos transformar em milagres vivos”.
O Pai e Fundador coloca em nossas mãos essa tarefa. Ele sabe que, em Aliança de Amor com a Mãe de Deus, somos capazes de realizá-la. Por isso, a pergunta “o que queremos para o futuro” vem seguida de outra, também fundamental: “O que eu posso fazer para construir esse Brasil?” ou “O que eu posso fazer para construir a nova terra mariana?”.
Filialidade heroica
O próprio Pe. Kentenich responde: “Como manifestamos nosso interesse? Levando a sério os austeros princípios da santidade. Queremos provar que aqui estão assegurados todos os princípios da santidade, não apenas para pertencermos a Deus, mas, também, para renovarmos o mundo. Confessamos nosso objetivo de nos tornarmos uma Família de santos modernos”.
A santidade na vida diária é algo mais profundo e mais concreto que partidos ou pontos de vista diversos. A construção da nova terra é consequência do Tabor, do sentir-se um filho muito amado do Pai. “Precisamos cuidar de nos tornarmos um Tabor pelo qual a Mãe de Deus pode revelar suas glórias ao mundo”.
O filho heroico não se deixa inflamar por ideologias políticas e partidárias, repetindo discursos repletos de obscuridades. Um filho heroico tem apenas uma paixão, um único plano a seguir: realizar tudo o que causa alegria ao Pai.
Sendo assim, seus atos e sua vida, consequentemente, são direcionados a mudar o mundo. Muda-o por meio de pequenos e grandes gestos. Podemos, então, responder às perguntas por meio de outra questão: “O que posso fazer, hoje, que causa alegria ao Pai?”
Publicado em 20 de abril de 2018
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