A história da criação de entrelaça com a história das famílias
José Roberto e Bernadete Nassif – Neste dia 30 de setembro, sábado, a Igreja celebra a memória de São Jerônimo, o Santo que colocou seus dons à serviço da Sagrada Escritura. Por isso, setembro é o mês dedicado à Bíblia.
Ao mencionar este Livro Sagrado, raramente se lê artigos tratando de como as famílias são representadas na Bíblia e o que podemos aprender com elas. Pois bem, este é o propósito destas linhas, ainda que de forma sucinta.
Ela é a base, desde a Criação
Iniciamos recordando que a família está no centro do plano de Deus, sendo que Ele a estabeleceu desde o início, ao ver que não era bom que o homem estivesse só, presenteando-lhe, então, a mulher. E os abençoou: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” [1] Portanto, a base da humanidade é a família, desde a criação.
Mas Deus não parou por aí. Nos momentos importantes da história, contou com as famílias para dar prosseguimento ao seu plano de amor.
Neste sentido, temos vários exemplos: Noé, sua esposa e filhos. Obedientes e confiantes em Deus, construíram a arca para sua família e as espécies de animais, a fim de que eles fossem salvos do dilúvio anunciado, pois o povo da terra estava corrompido e desviado. Contribuíram, com sua atitude de humildade, fidelidade e exemplo de seguimento a Deus.
Pouco tempo depois, podemos pensar em Abraão e sua família. Ele e Sara foram exemplares na fé e Deus os presentou com a possibilidade de terem um filho, Isaque. E ainda assim, continuaram este caminho de extrema obediência a Deus, entregando o seu próprio filho a um possível sacrifício. Por mais esta demonstração de fé, Deus, com alegria, os abençoou e multiplicou sua descendência, da qual fazemos parte.
A participação das famílias na história da salvação
Entre vários outros exemplos, no antigo testamento, vemos as famílias de Isaque [2], pessoas simples e fiéis, um ao outro; Jacó [3], pessoas perseverantes e cheios de amor; Moisés [4], pessoas unidas e líderes, conscientes da missão de conduzir o povo confiado por Deus; Josué [5], pessoas compromissadas com a causa de Deus e de coragem.
Mas, no ápice da sua demonstração de amor, Deus contou com a Família de Nazaré, José e Maria para cuidar e orientar Seu filho, unigênito, Jesus. Por eles aprendemos várias virtudes, como da obediência, da filialidade, do exemplar amor mútuo, da consciência e da ação em cumprir uma missão, confiada por Ele, demonstrando que o amor é concreto, real. Neste contexto, todas as atitudes de José, Maria e Jesus demonstram esta concretude do amor. Pensemos no Sim de Maria ao Arcanjo Gabriel, no Sim de José ao receber Maria, no Sim dos dois em serem os pais de Jesus, do Sim de Maria em ajudar sua prima Isabel, do Sim de José em zelar, cuidar e ter que viajar com sua família para protegê-los, do Sim de Jesus ao pedido de sua mãe nas bodas de Caná… muitos sins que refletem a entrega e confiança a Deus pai, fazendo a Sua vontade, cumprindo com o Seu plano de amor para a humanidade.
Devemos, assim, encerrar este mês de setembro, recordando o amor de Deus e a participação das famílias nesta história da salvação, à luz da Sagrada Escritura, nos dá ânimo, coragem para seguir em frente, em especial nestes tempos difíceis, onde o valor fundamental à vida é severamente atacado. Porém, não nos deixemos abater; sigamos em frente, como arautos e testemunha da beleza de pertencer a uma família, através dos nossos atos de amor.
[1] Bíblia Sagrada, Livro do Gênesis, 1:28.
[2] Bíblia Sagrada, Livro do Gênesis, 21:1-28.9
[3] Bíblia Sagrada. Livro do Gênesis, 25:24-50.26
[4] Bíblia Sagrada, Livro do Êxodo, 2:21-40.38
[5] Bíblia Sagrada, Livro de Josué 1:1-24.33