“Queremos espelhar-nos em tua imagem e renovar nossa Aliança de Amor. Como teus instrumentos, torna-nos iguais a ti; por nós constrói, em toda a parte, o teu Reino de Schoenstatt” (Rumo ao Céu, 180)
Karen Bueno – Neste dia 18 de outubro a Igreja celebra a festa de São Lucas, autor do terceiro Evangelho e dos Atos dos Apóstolos. São Lucas tem uma característica marcante e que interessa de maneira especial à nossa Família de Schoenstatt: ele manteve uma relação próxima com a Mãe de Deus e pode ser considerado o “mais mariano” dos evangelistas.
São Lucas dedica o início do seu Evangelho a Maria e traz informações sobre a vida de Jesus que nenhum outro traz, principalmente relacionados à infância de Cristo. Ele descreve os segredos da Anunciação, da Visitação e do Natal.
Um detalhe interessante é que Lucas não conheceu pessoalmente a Jesus. Porém, por meio da partilha de amigos, especialmente Paulo, e principalmente do seu contato com Maria, chegou a descobri-lo e amá-lo, a ponto de registrar, para a eternidade, a história de Cristo na Bíblia. Na vida de Lucas, a MTA desempenha claramente seu papel de Mãe, conduzindo o filho humano ao coração do Filho Divino.
Como São Lucas, transfigurar a realidade
Curiosamente, o nome “Lucas” significa “portador de luz”. Disso, logo podemos pensar na realidade do Tabor, a missão de levar a luz de Cristo Transfigurado ao mundo. É bonito ver como São Lucas enxerga e descreve o mundo sob uma ótica mariana. Ele expressa seu amor filial à Mãe e, a partir disso, registra a vida e as experiências de Jesus. Como autor do evangelho, porta-voz do Pai, ele ajuda a transfigurar a realidade para sempre.
Anos mais tarde, em 1914, um grupo de jovens congregados deseja ter esse mesmo olhar mariano e cristão sobre sua própria vida e sobre o mundo. Eles fazem isso por meio de uma Aliança de Amor com Maria, em Schoenstatt, junto de seu diretor espiritual, o Pe. José Kentenich, que diz: “Este é o profundo sentido da Aliança de Amor com Maria. Deve ser o grande acontecimento, a grande vivência que Deus Trino nos presenteia. Assim como São Paulo teve sua grande experiência de Damasco, assim também nós gostaríamos de ter nossa grande experiência de Maria. Que ela se grave bem profundamente na alma e a transforme por tanto tempo quanto o necessitarmos, até terminarmos nosso peregrinar na terra” [1]
São Lucas foi seguidor de São Paulo e também teve o “momento de Damasco” que transformou sua história. Hoje, podemos pensar: “Qual seria esse momento decisivo de transformação em minha vida pessoal?”
Formados por Maria, unidos a Cristo, transfiguramos a realidade
Muitas pessoas, formadas pela Aliança de Amor na escola de Maria – no Santuário de Schoenstatt – deixam que a Mãe de Deus vá formando nelas o rosto do Cristo Transfigurado. Dessa forma, desejam levar a luz de Jesus ao mundo, como vemos abaixo:
“A entrega pela Aliança de Amor faz com que busquemos viver, dia após dia, de forma mais semelhante à Mãe de Deus e ao seu Filho Jesus. Pela Aliança, pedimos para que Maria aja como nossa educadora e confiamos à Ela toda a nossa vida, nos entregando enquanto instrumentos e nos esforçando em nossa autoeducação.
Esse caminho que a Aliança de Amor nos proporciona faz com que, primeiramente, a nossa realidade de vida seja transformada. A partir disso, somos capazes de, através do apostolado do nosso ser, transfigurar a realidade, enquanto pessoas que buscam ser melhores a cada dia, levando a esperança, a caridade, a fé e, acima de tudo, o amor ao mundo. Buscamos educar o nosso olhar, para que esteja atento às necessidade do outro, podendo assim nos colocar a serviço. Pela Aliança, trabalhamos para que possamos ser ‘Santuários Corações’ para aqueles que encontrarmos: que através de nós as glórias de Cristo e de Maria possam ser irradiadas e que sejamos um pequeno Tabor para o mundo. E assim, com a nossa pequenez, vamos contribuindo para a transfiguração da realidade!”
Heloisa Marochi Benato – Juventude Feminina de Schoenstatt, Curitiba/PR
“Penso que vivemos desafiados todos os dias em dar razões de nossa fé. A sociedade plural que vivemos, que nem sempre traz elementos cristãos, nos confronta em darmos uma resposta em nossas vidas. Daí a importância da Aliança: focar naquilo que é essencial. Iluminamos a realidade pela fé e oferecemos ao Capital de Graças aquilo que não podemos ainda mudar. Ainda: a Aliança de Amor me fez entender que tudo tem o seu tempo certo para acontecer. Basta confiar na Graça de Deus e na mão providente da Mãe que não nos abandona.”
Pe. Heitor Morschel – União dos Padres Diocesanos de Schoenstatt, Arquidiocese de Porto Alegre/RS
“A Aliança de Amor representa esse vínculo profundo entre nós e a Mãe, por isso, acredito que esse vínculo pode nos auxiliar a mudar a nossa realidade, no sentido de fazer o que seja melhor para nossa vida, de modo que seja voltada para os planos de Deus, para a aceitação do que Ele tem para cada um de nós. A partir dessa aceitação, transformar a nossa realidade no sentido de ser uma pessoa melhor na família, na comunidade, no trabalho, na relação com os demais. E isso se dá também na relação com o ambiente e com o que nos rodeia”.
Roselia da Rosa Lütchemeyer – Campanha da Mãe Peregrina, Santo Ângelo/RS
“A Aliança de Amor é nada mais que uma troca de corações com a nossa Mãe; tendo essa consciência, quem não cuidaria bem do coração da Mãe de Jesus?
Por isso, nos moldamos, nos transfiguramos, tornando pessoas melhores, pois temos que alimentar o coração da Mãe com amor, caridade, fé e oração.
Se pudéssemos resumir em uma palavra o que nos motiva e nos faz transfigurar seria ‘confiança filial’ é essa confiança que nos faz renovar diariamente a nossa Aliança de Amor”
Graziany e Ricardo Botelho – Liga de Famílias de Schoenstatt, Curitiba/PR
“Creio que, principalmente pelas ofertas ao Capital de Graças, transfiguramos a realidade. Quando lembro da Aliança que tenho com Ela, fico mais atento às minhas responsabilidades como consagrado e de como posso aplicá-las no dia a dia, não fazendo o que quero, mas sim o que é preciso”.
Carlos Daniel Neves, Juventude Masculina de Schoenstatt, Garanhuns/PE
“A Aliança de Amor me transformou em uma pessoa com mais fé na Providência Divina, confiando sempre na intercessão da Mãe e Rainha, o que me fortalece nas batalhas diárias. Eu me esforço para viver a Aliança dando minha contribuição e a MTA sempre me retorna com amor, vitórias e aceitação das situações que não podem ser mudadas. Depois da Aliança, uma grande mudança aconteceu em meu modo de compreender as situações e relacionamentos pessoais, familiares e profissionais”.
Claudia Ferraro – Campanha da Mãe Peregrina, Taubaté/SP
[1] Paso Mayor, Argentina, 14 de abril de 1952
Texto publicado em: 18 de out de 2021