Que a “Festa de Todos os Santos” seja, um dia, a nossa festa.
Karen Bueno – “Santidade”: palavrinha simples, mas repleta de desafios e oportunidades. Já há muitos anos o Pe. José Kentenich procurava mostrar como essa palavra se encaixa no dia-a-dia, na vida prática de cada pessoa que trabalha, que estuda, tem família, filhos, irmãos, pais… para a pessoa comum: eu e você, todos nós.
Muito em breve, no dia 26 de novembro, a Igreja abre o Ano Laical no Brasil e o lema escolhido para esse período impulsiona a ser “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14). Nesse contexto, a Família de Schoenstatt conta com uma preciosidade de conteúdo, pois muitas vezes o Pai e Fundador falou sobre os caminhos de santidade. Reunindo o pensar do Pe. Kentenich sobre o tema, um grande apoio para este ano é o livro “Santidade de Todos os Dias – Espiritualidade Laical de Schoenstatt”, no qual o Pe. Kentenich fala aos leigos, de forma bem prática, como dar passos rumo ao céu.
Vejamos um trecho desse livro:
“Por santidade de todos os dias não se entende a santidade domingueira, isto é, a do sétimo dia da semana, quando repicam os sinos e vamos à igreja, trajando nossas melhores roupas. É a santidade praticada nos outros seis dias da semana, nos quais não temos o festivo ambiente dominical e nos encontramos com a sobriedade e a monotonia do trabalho a realizar. O santo do dia-a-dia santifica seu dia de trabalho, vive santamente durante toda a semana e em tudo o que faz imprime o selo da santidade. Alegrias e tristezas, trabalhos e descanso, orações, palavras e conduta: executa tudo extraordinariamente bem, por amor, isto é, santamente”.
O livro, como um todo, é dividido em três grandes partes: a vinculação a Deus, falando da relação pessoal de cada um com Deus Pai; a vinculação ao trabalho, que reflete sobre os caminhos de santidade nas tarefas do dia a dia; e a vinculação ao homem, aprofundando como deve ser a relação com os irmãos. O Pe. Kentenich coloca a santidade “nas mãos” de seus filhos, pois indica ali vários gestos simples, que somados podem formar um homem novo e uma nova comunidade.
Ser santo, para o Pe. Kentenich, é viver cada situação santamente, por mais corriqueira que seja. O cristão autêntico, ele diz, “não procura a Deus tão somente no céu ou no tabernáculo, porém, antes de tudo, na realidade da vida”.
Em meio às crises atuais, os textos do Fundador de Schoenstatt revelam cada vez mais o seu pensar profético: “O mundo estremece ante a terrível urgência de solucionar os problemas sociais… Assim, hoje, mais do que nunca, o cristão que vive bem seu dia-a-dia é o ‘sal da terra e luz do mundo’. Não fala muito, mas age, reza e trabalha intensamente e de modo agradável a Deus. Opera-se nele e nos que lhe são próximos uma reforma de atitudes que prepara lentamente, anima e fecunda uma reforma de situações. Tais cristãos são otimistas, porque integram as fileiras de Deus e sabem que a vitória caberá unicamente a Deus. Atuam como fermento em seu ambiente”.
O Dia de Todos os Santos, 1º de novembro, entra no calendário da Igreja para celebrar todos os que hoje vivem no céu, mas também serve como impulso para cada vez mais pessoas buscarem esse caminho para junto de Deus. Inscrita na “escola de Maria”, a Família de Schoenstatt tem hoje, neste tempo atual, o desafio de viver o perfil de santo que o Pai e Fundador propõe, renovando-se a si mesmo para, assim, renovar o mundo.
Sobre o livro:
Santidade de Todos os Dias – Espiritualidade Laical de Schoenstatt. Pe. José Kentenich – Ir. M. Annette Nailis. 379 páginas, disponível nos Centros de Schoenstatt do Brasil, clique para ver os endereços.