II encontro internacional dos Reitores e Colaboradores do Santuário
Ir. M. Nilza P. da Silva – De 09 a 11 de novembro, aconteceu na Sala Paulo VI, no Vaticano, o II Encontro Internacional de Reitores e Colaboradores dos Santuários, com o lema: “O Santuário: casa de oração. A caminho do Jubileu 2025”.
O evento, organizado pela Seção para as Questões Fundamentais da Evangelização no Mundo pertencente ao Dicastério para a Evangelização, tem, entre outros objetivos, preparar os Santuários para a celebração do Jubileu do ano 2025, destacando na sua identidade de lugares de oração e encontro profundo com Deus.
Participaram aproximadamente 600 pessoas, de 43 países, entre Reitores de Santuário, agentes de pastoral, funcionários e voluntários. Os países com mais participantes são: Itália: 285; Filipinas: 78; França: 45, França e Brasil: 34. Pelos Santuários de Schoenstatt, participaram o Pe. Marcelo Cervi, brasileiro, Reitor do Santuário Matri Ecclesiae, em Roma, e o Pe. Ignacio Camacho, Reitor do Santuário Original. Pe. Marcelo partilha:
A programação é preenchida por conferência, apresentações musicais, Missa na Basílica de São Pedro e, encerrou com a audiência com o Santo Padre, Papa Francisco, na manhã deste sábado. “É necessário que tenhamos sempre presente que os nossos Santuários são verdadeiramente lugares privilegiados de oração… é importante que, ao regressar a casa, (o peregrino) sinta que foi atendido e se sinta cheio de serenidade porque depositou a sua confiança em Deus… Não se esqueçam disto: acolher bem os peregrinos,” disse o Papa
O que significou participar desse encontro?
Participo do encontro, juntamente com um casal de leigos, do Conselho do Santuário Matri Ecclesiae (Belmonte) e com o Pe Ignacio Camacho, Reitor do Santuário Original. Foi muito interessante ver que metade da assembleia era composta por presbíteros e a outra metade era de leigos (colaboradores, voluntários, funcionários, agentes de pastoral dos Santuários). Havia muitas mulheres e isso me fez ver a beleza do trabalho em equipe nos Santuários. Sacerdotes, diáconos e leigos trabalham juntos para acolher os peregrinos e oferecer a todos uma atmosfera que lhes ajude a se encontrar com Deus, por meio de Maria (a maioria dos santuários é dedicada a Nossa Senhora) e dos santos e santas.
O encontro do encontro foi centrado na temática da oração. O santuário como “casa de oração”. Todas as palestras e reflexões tinham como objetivo ajudar-nos a concentrar-nos no essencial dos Santuários: ser lugar efetivo de encontro com Deus, pela oração. Foi feito um apelo para libertar-nos de toda atenção exagerada ao efêmero e concentrar-nos no essencial da experiência da peregrinação: a oração como encontro com Deus!
Qual é a importância desse encontro para a Igreja e para Schoenstatt?
a) Em primeiro lugar, o encontro chamou a atenção de todos para situar de novo os Santuários na dimensão da oração. Nos santuários se reza muito e a nossa preocupação, como reitores e agentes de pastoral dos Santuários, deve ser que cada pessoa e cada grupo de peregrinos possa encontrar neles um ambiente de oração e a possibilidade de rezar bem.
Isso abre muitas perguntas: Como ajudar o nosso povo a rezar? Que propostas concretas de oração pessoal e comunitária podemos oferecer aos peregrinos? Como fazer para que nossas assembleias litúrgicas sejam vividas como forte experiência de oração? Como melhorar a dimensão do canto (devocional e litúrgico) nas peregrinações, inclusive resgatando cantos da religiosidade popular? Como a arte sacra, sobretudo a arte contemporânea (que alguns dizem que nem sempre ajuda a rezar) pode recuperar a sua missão de direcionar os sentidos para o sagrado, para Deus?
b) O encontro se situa no marco do próximo Ano Santo jubilar, por isso, o subtítulo do tema diz: “A caminho do Jubileu 2025“. Essa é uma grande contribuição do encontro: Alertar-nos que precisamos nos preparar bem para o próximo Jubileu, quando milhões de cristãos visitarão os Santuários, para ganhar as indulgências jubilares. É preciso formar e preparar o clero e os agentes de pastoral, para realizar uma acolhida que envolva a todos, numa verdadeira experiência orante. Também é preciso aproveitar para fazer do Ano Jubilar uma grande ocasião de evangelização (anúncio de Jesus Cristo e da salvação que Ele nos oferece) e que é missão primordial dos Santuários.
c) Para a velha Europa e muitos lugares do mundo, onde as igrejas estão cada vez mais vazias, no Ano Santo, os Santuários são uma grande possibilidade de reevangelizar os que estão na dúvida e na frieza, ou mesmo distantes de Deus e da Igreja. Sabemos que muita gente busca ordinariamente os Santuários e, nos grandes eventos como o jubileu, esse número é maior ainda.
Muita gente, distante da prática religiosa, busca os Santuários como lugares de silêncio, de paz e calma, em meio a agitação do dia a dia. Aqui entra a nossa missão: Fazer brilhar na escuridão deste tempo a luz verdadeira que é Jesus Cristo. Fazer ressoar no vazio nos silêncios humanos a Palavra que Deus disse à humanidade, que se encarnou no seio da Virgem Maria.
Os Santuários são esses lugares que Deus escolheu para ser lugares da Sua presença para todos!
O que podemos levar deste encontro?
Em geral, os nossos Santuários – assim vejo – apresentam para quem os visita um ambiente de oração: acolhedor, recolhido e, inclusive, bonito. Muitas vezes, chegamos aos Santuários mais movimentados e encontramos pessoas fazendo adoração eucarística.
É um desafio seria ensinar as pessoas a rezar, pois nem todo mundo que chega e vê um ambiente assim sabe aproveitar o que lhe é oferecido. Uma proposta: oferecer “oficinas de oração”. Schoenstatt inclusive tem um método próprio de oração: a “meditação sobre a vida”, que busca reler as experiências da vida quotidiana, à luz da fé prática na Divina Providência.
Outro desafio é oferecer oportunidades e convites para a confissão sacramental, durante as romarias. Além disso, criar espaços nos quais as pessoas possam “desabafar”, buscar conselhos e orientação, compartilhar os seus problemas e dificuldades e sua necessidade de Deus. Isso abre uma dimensão orante que pode ser redescoberta ou proposta nos Santuários: a oração de intercessão. Ter alguém que acompanhe e reze com os peregrinos, de modo individual ou em família, sobretudo nos casos desesperados.
Enfim, o encontro valeu muito! Foi uma experiência de oração, de estudo e de internacionalidade. Vemos a força dos Santuários nos dias de hoje e sua capacidade de serem locais de encontro com Deus, de evangelização.
Que bom! Esse encontro com certeza deu um grande norte aos que ali estavam nos representando. Rogo aos céus um abençoado ano santo e um jubileu recheado de orações e celebrações ardentes de fé 🙏🙏🙏🙏🙏🙏🌷🌷🌷🌷🌷🌷