Após 20 anos, Ir. M. Vera Lúcia retorna ao Brasil

 

Ir. M. Nilza P. da Silva – Cada um de nós sabe como é bom viajar, conhecer a beleza e a criatividade divina em lugares e culturas diferentes. Mas, também como é bom retornar para casa, ao nosso país, com nossa cultura, nossa família e as pessoas que amamos. Voltamos com olhares diferentes para o cotidiano, cada viagem amplia nossa mente. Imagina então o que significa retornar para casa depois de uma viagem de 20 anos!

É o que acontece com a Ir. M. Vera Lúcia dos Santos Mangas, que retorna ao Brasil, no próximo dia 30 de novembro. Em 2003, foi para um estudo de meio ano em Schoenstatt, na Alemanha. Os seis meses se transformaram em 5 anos de trabalhos na Alemanha e 15 anos na Itália, a maioria desses anos, em Roma.

Nos seus últimos dias na Europa, os sentimentos de alegria e de nostalgia se misturam. Mas, o belo é que a sua missão não se modifica, apenas troca de lugar. No início de 2024, ela assume a Pastoral do Santuário da Mãe e Rainha, Tabor da Permanente Presença do Pai, em Atibaia/SP. Deixemos que ela mesma nos fale.

 

Pode nos contar alguma vivência marcante, nesses anos, em Roma?

Bem, morar em Roma já é uma grande vivência por si. Mas, posso citar algumas coisas que se destacaram nesses anos, por exemplo, contribuir para as celebrações dos 100 anos da Fundação de Schoenstatt, em Roma e Itália, e vivenciar essas celebrações aqui e em Schoenstatt.
Inesquecível também é ter me encontramos pessoalmente e saudado o Papa Bento XVI e o Papa Francisco. Foi uma forte experiência vivenciar de perto os últimos dias, o velório e o funeral do Papa Bento XVI. Ainda foi muito especial para mim, nesse tempo, aqui em Roma, ter ido cada ano para Schoenstatt.

 

Quais foram os seus trabalhos em Roma?

Meus trabalhos foram junto ao Santuário Cor Ecclesiae (administração da casa) e com os Ramos do Movimento: Famílias, Mães e Peregrinos. Depois, mudei-me para o Centro Internacional de Schoenstatt, em Belmonte, onde ajudei na Pastoral do Santuário e com o Movimento de Schoenstatt: Famílias, Mães e a Campanha da Mãe Peregrina.

 

Na sua opinião, qual é a contribuição do Schoenstatt brasileiro para a Itália?

Não consigo dar uma resposta concreta neste sentido, especialmente porque fiquei tanto tempo distante do trabalho concreto com o Movimento Apostólico de Schoenstatt no Brasil. Mas, é certo que também aqui a “novidade da missão de Schoenstatt” é resposta para os tantos desafios atuais, especialmente no campo da atuação dos leigos, conforme ensina o Concílio Vaticano II, também para o trabalho em conjunto com as outras Comunidades e Movimentos (Confederação do Apostolado Universal).

 

O que podemos aprender da Família de Schoenstatt na Itália?

Que nada é evidente. Que um missionário pode ser esperado ou não pelo povo. Ele pode ser considerado um “intruso” ou um portador de uma boa nova, pode ser compreendido com o tempo ou nunca ser compreendido. Mas, permanece sempre missionário.
Aqui experimentei de tudo, no anúncio de Schoenstatt. Experimentei concretamente que Schoenstatt não é para hoje ou amanhã, mas para “depois de amanhã”.
Os métodos de atuação missionária devem ser seriamente considerados, segundo os quatro passos que nosso Pai e Fundador, Pe. Kentenich usava e ensinava: observar, comparar, sintetizar e aplicar. Aqui, pude experimentar os frutos do método pedagógico do nosso Pai: Conduzir pelo contato pessoal e pelo serviço.

 

Logo mais, você irá coordenar a pastoral, no Santuário, em Atibaia. De tudo o que viveu nesses anos, o que pode ajudar em sua missão no Brasil?

Em primeiro lugar, quero dizer que retorno para minha pátria com o sentimento de gratidão, pelos anos de trabalho por Schoenstatt nesses anos na Itália. Penso que retorno com uma espécie de “horizonte ampliado” e mais madura, para doar-me pela missão de Schoenstatt no Brasil. É uma consequência das experiências, contatos e desafios vividos por aqui, mas afirmo que tudo isso não é evidente. É uma graça e faz parte de um processo, nem sempre fácil.

Durante esses anos em que estive fora, houve um crescimento interno e externo em todos os âmbitos, na pastoral do Santuário, no Brasil, que para mim são desconhecidos. Portanto, trata-se de um novo início para mim e considero que devo ter muita paciência, bem como aqueles que trabalharão comigo também. Aprenderemos juntos, assim espero!