“Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2, 11).
Karen Bueno – Um dos livros biográficos sobre o Pe. José Kentenich narra uma atitude que era bem comum a ele:
“Acresce que o Pe. Kentenich também gostava muito de presentear. Recebia muitos presentes, aceitava-os amavelmente e presenteava-os de novo. Via-se muitas vezes suas visitas saírem de sua secretaria radiantes, com as mãos cheias ou os braços carregados de presentes: objetos de valor, objetos religiosos, dependendo, até com umas garrafas de vinho… Era visitado por homens, mulheres, rapazes, jovens, famílias e até altas autoridades eclesiásticas. Quase parecia que todos saíam desses encontros com rostos de criança”[1].
Da mesma forma, a Sra. Margaret Fenelon, dos Estados Unidos, compartilha suas memórias de infância:
“O Pai e Fundador sempre nos recebia de braços abertos e com um sorriso caloroso. […] Uma vez perguntou-nos: ‘Quando me visitaram pela última vez?’ Minha irmã mais velha disse: ‘Foi quando o senhor nos deu uvas’. O Pai e Fundador ficou contente. Riu-se, saiu da sala e voltou trazendo um pacote de chocolates. Todos os que o visitavam recebiam um presente e a sua bênção; geralmente era um presente que ele acabara de receber do último visitante. As pessoas adoravam trazer-lhe presentes e ele gostava de dá-los. O Pai sempre se preocupava com nosso bem-estar físico e com o nosso crescimento espiritual”[2].
Nos passos do Pai
Muitos filhos de Schoenstatt carregam consigo esse hábito do Fundador de presentear as pessoas. A boa intenção de oferecer muitas dádivas pode ser notada já nas raízes, na fundação do Movimento Apostólico de Schoenstatt.
O Capital de Graças, que é um dos pilares da espiritualidade, pode ser definido como uma troca de presentes de amor: os filhos oferecem seus esforços e, da mesma forma, a Mãe presenteia suas graças. Também a Aliança de Amor, que é chamada “troca de corações”, é uma oferta de presentes mútuos: “Troca de corações – doo à Mãe de Deus o meu coração e ela doa-me o seu coração. Uma boa troca! Troca de dons! Dou-lhe tudo o que tenho, tudo o que sou… Basta recordarem a pequena consagração. E o que me doa ela? Eu fico em enorme vantagem! Ela também me doa tudo. E eu também lhe doo tudo” (Pe. José Kentenich, 17/8/1968).
O que podemos dar?
A festa da Epifania do Senhor estimula, dentre tantas coisas, a oferecer presentes ao Menino Jesus, pequenino no presépio. E uma das formas de fazer isso, bem palpável, é presenteando os irmãos.
A biografia do Pe. Kentenich descreve que ele “quando oferecia presentes, dava a impressão de se presentear também a si mesmo”. Sua presença, sua atenção individual com cada um é algo que marca a história de muitas pessoas, é o tema de diversos testemunhos. Esse é um exemplo também atual, de presente gratuito, que pode ser doado a cada momento e para muitas pessoas.
Além disso, diz o texto que “a nobreza do Pe. Kentenich manifestava-se também de forma evidente na sua gratidão. ‘Todo presente exige uma dádiva de retribuição’, gostava de repetir muitas vezes. Valorizava muito a oração como dádiva de retribuição”. A oração é outro presente gratuito, de valor incalculável, que pode ser oferecido para tantos quanto desejar. Se quiser tornar a oração ainda mais eficaz, é possível uni-la com mais ofertas concretas ao Capital de Graças, oferecendo-as por determinada pessoa.
Viver a dinâmica da Aliança de Amor – que tem suas dimensões voltadas tanto para o alto, para Deus, como para os irmãos – é viver essa troca de presentes, que pode se concretizar materialmente e, de maneira fundamental, na luta pela santidade.
[1] Ir. M. Anette Nailis. Padre José Kentenich – Como nós o conhecemos. Sociedade Mãe e Rainha. 3ª edição. Santa Maria/RS: 2011.
[2] Ir. Maria da Graça Sales Henriques, Ir. M. Fátima Dotto. Nosso Lar – Um Santuário de Schoenstatt. Sociedade Mãe e Rainha. 1ª edição. Santa Maria/RS: 2013.
Publicado em 2027