Hoje celebramos com toda a Igreja a Solenidade da Sagrada Família de Nazaré
Kennedy Rocha – A família é a célula da sociedade, a sua importância é tamanha que até o próprio Deus quis ter uma família, quis nascer no seio de uma família através do SIM de Maria e José ao Plano de amor do Pai. Essa Família Sagrada, desejada por Deus, foi o abrigo e a proteção do Verbo Divino e, ao santificar a Família de Nazaré, Deus santificou todas as famílias como dom e Sua presença no mundo.
“Eis porque a família de Nazaré é santa: por estar centrada em Jesus, todas as atenções e solicitudes de Maria e José eram dirigidas a ele” (Papa Francisco – 30/12/2018)
A Sagrada Família está centrada em Jesus. Jesus é a causa primeira de sua existência, é para onde o olhar de Maria e José se convergem, pois sabem que Ele é a fonte de toda a graça. E como fazer para que a minha família também seja santa? Precisamos apenas colocar Jesus no centro, fazer o sagrado permear as nossas relações ordinárias tornando-as extraordinárias.
A oportunidade de santificar a família
Atravessamos um ano de muitos desafios que foram potencializados pela pandemia do Covid-19. Muitas famílias precisaram reaprender a conviver, a enxergar no outro o seu próximo mais próximo. Com as igrejas, shoppings, parques, cinemas e muitos outros lugares de convivência fechados, não houve outra saída a não ser assumir a sacralidade de nossas relações familiares. Nós tivemos que olhar além de nossos celulares e redes sociais, pois a nossa família pediu socorro, e aqueles que se permitiram moldar segundo a fôrma da Sagrada Família descobriram que a cozinha se tornou restaurante, que a sala de TV virou cinema, que a mesa da sala de jantar se tornou sala de aula, mas o mais importante, a nossa casa se tornou um Santuário Lar, onde Deus pôde realizar o seu ágape entre os seus filhos.
No início não foi fácil, ficamos perdidos e sem saber o que fazer. As incertezas nos fizeram perder um pouco o equilíbrio e precisamos nos reinventar, criando ritos e símbolos que nos permitissem ver a realidade invisível que acontecia ao nosso redor: “Ele está no meio de nós!” e nunca nos abandona. Como no início da Igreja Primitiva, celebramos a Páscoa em nossas casas, o Anjo do Senhor passou e viu os umbrais de nossas portas ungidos com o Sangue do Cordeiro (Êxodo 12,23) e pudemos constatar que “Deus está pregando um retiro para toda a humanidade” (Papa Francisco).
A nossa pequenez
Santa Teresinha do Menino Jesus dizia que: “O que agrada a Deus em minha pequena alma é que eu ame a minha pequenez e a minha pobreza. É a esperança cega em sua misericórdia.” E qual o melhor lugar para sermos pequenos e servimos com humildade? A família. Esse tempo de distanciamento social nos permitiu enxergar a nossa pequenez humana e nossa fragilidade. O vírus não fez acepção de pessoas, mas colocou todos nós diante de uma mesma limitação. E dentro de nossa casa, distantes socialmente dos familiares e amigos, tivemos que aprender o que é o essencial, o que realmente importa para a nossa vida. O Retiro que Deus vem pregando para a nossa família nos ensina que não precisamos de muito, que o amor é o que sustenta nossas relações e o resto é palha, é apenas enfeite que dá um colorido à mais.
Aprendemos que a nossa relação com Deus deve se pautar na confiança cega em sua misericórdia. Aquilo que Ele nos permitiu viver, serviu para conferir uma têmpera maior para enfrentarmos os desafios que ainda estão por vir como filhos e como família. Como nos disse o Pe. José Kentenich “Sabemos que a família é impensável sem sacrifício. Sabemos que a mesa familiar é, antes de tudo, um altar de oferenda sacrifical. Quem quer fundar, nestes tempos, uma família, deve contar com uma enorme reserva de alegre disposição ao sacrifício e vontade de sacrifício”
O Evangelho de hoje…
“Deveríamos ficar angustiados quando, por mais de três dias, nos esquecemos de Jesus, sem rezar, sem ler o Evangelho, sem sentir a necessidade de sua presença e de sua amizade consoladora”. E tantas vezes passam os dias sem que eu me recorde de Jesus. Mas isso é feio, isto é muito feio. Deveríamos nos angustiar quando estas coisas acontecem” (Papa Francisco)
A Família que se esquece de Jesus, que perde este referencial, acaba se perdendo. A oração pessoal, e em especial rezar em família, deveria ser tão essencial como se alimentar. Não podemos perder o Senhor de vista, não podemos deixar que as angústias e tormentas da vida retirem de nós a esperança de sermos um Novo Nazaré, escolhidos por Deus para transformar o mundo em um Tabor das Magnificências de Maria.
A Família é um tesouro a ser protegido e defendido, nos exorta o Papa, e como dizia o Pe. José Kentenich “Salvai a família custe o que custar.”
Que o exemplo da Sagrada Família de Nazaré nos ensine a ser família, que chora, que luta, que vence e se alegra, mas que, principalmente, está centralizada em Jesus.
Sagrada Família rogai por nós e por nossas família!
Que alegria acordar e ser presenteada com tão belas palavras… Obrigada Kennedy! Que a exemplo da Sagrada Família consigamos manter Jesus em nosso centro, direcionando nossas escolhas e decisões familiares! Jesus, Maria e José nossa família Sua é 🙏
Bom ouvir Palavras Verdadeiras!