Não há cadeia que aprisione um coração livre
Ir. M. Rosequiel Fávero – O mês de janeiro, apesar da cultura de férias em que vivemos, traz grandes recordações para a Família de Schoenstatt. Celebramos o Segundo Marco da História de Schoenstatt em 20 de janeiro, quando nosso Pai e Fundador aceitou livremente ir para o Campo de Concentração de Dachau. Ele foi transportado ao Campo de Concentração em março de 1942, sendo libertado somente em maio de 1945. A história posterior demonstrou que, apesar dos grandes riscos para a sua vida, os anos que passou em Dachau foram de grande atividade no sentido da espiritualidade de Schoenstatt e da expansão da Obra. Pois foi na prisão de Dachau que foram fundados o Instituto das Famílias e o Instituto dos Irmãos de Maria de Schoenstatt. Neste tempo foram dados passos fundamentais para a expansão internacional de Schoenstatt (basta recordar a inauguração do primeiro Santuário Filial, em Nueva Helvecia, em 18 de outubro de 1943) e foi escrito o livro ‘Rumo ao Céu’, entre tantos textos e hinos ditados pelo Pe. Kentenich durante sua prisão.
Em 13 de janeiro de 1942, o Pe. Kentenich foi ameaçado pela primeira vez de ser enviado para o Campo de Concentração. Ele tinha sido preso no ano anterior, em setembro, pela Gestapo (polícia secreta alemã), que já havia prendido outros schoenstattianos e que, finalmente, colocava suas mãos no grande líder do Movimento de Schoenstatt, já considerado pelo nazismo com um dos seus grandes inimigos na Alemanha.
Após um primeiro interrogatório, Pe. Kentenich foi colocado numa prisão subterrânea, um ‘bunker’, que originalmente era um cofre de banco, cujo prédio fora confiscado pelo governo nazista. Era práxis que os prisioneiros passassem pelo menos uma semana nesta solitária, onde não era possível ficam nem completamente de pé, nem completamente deitado. Como o Pe. Kentenich era considerado um prisioneiro ‘especial’, ficou preso na solitária durante quatro semanas.
Havia outros prisioneiros em celas como a dele. Ouviam-se choros e gritos de desespero dos prisioneiros. Pe. Kentenich conta: “Comecei a cantar todos os cânticos que conhecia. Lamentei realmente não conhecer, de vários, não mais que algumas estrofes”. Por isso, mais tarde, pediu às Irmãs de Maria que apendessem todas as estrofes dos cantos de cor, pois um dia poderiam precisar.
No fim das quatro semanas, totalmente diferente do que acontecia aos prisioneiros submetidos a esta tortura, Pe. Kentenich saiu da solitária intacto no corpo e na alma, “como um vencedor”, testemunhou Mons. Paul Fehler, capelão da prisão. Já dava demonstração do que aconteceria repetidas vezes nos anos posteriores: não havia dor ou maus-tratos que lhe arrancassem o seu coração livre e firmemente apoiado em Deus. O que lhe conferia viver na paz e na tranquilidade mesmo que ao seu redor reinasse um ambiente de ‘inferno’
Que ele, do céu, interceda para seus filhos espirituais a graça da liberdade interior, para que dominemos a agitação e intranquilidade dos tempos atuais.
Fonte: santuariotabor.org.br
Referências: Novena Livre em Algemas
O segundo marco é o que mais me emociona por tudo que se encerra nele.
A fé do Padre Kentenich se irradiou por todo o campo de concentração…e por toda a família Schoensttatiana.
Uma beleza no meio de tanta dor e sofrimento…
Glória a Deus!