O que são essas duas leis que, em Schoenstatt, direcionam para uma fé prática na Divina Providência?
O Pe. Kentenich costumava mencionar duas leis que nos permitem, em geral, descobrir a vontade de Deus por trás dos acontecimentos e que servem, também, para verificar se Deus esteve atrás de alguma ação humana particular. São: a lei da porta aberta e a lei da resultante criadora. Ambas fazem parte de um método original de conhecimento e de práxis cristã na história, que o Pe. Kentenich chamava de fé prática na Divina Providência.
A lei da porta aberta
De acordo com a primeira destas leis, é possível afirmar que Deus esteve por trás de determinada ação humana, quando a pessoa que tomou essa decisão foi levada a isso deixando-se guiar, em todos os seus passos, pelas “portas” que a Divina Providência lhe foi abrindo, por meio de uma série de sinais e de acontecimentos objetivos.
Ou seja, quando se pode comprovar que uma pessoa tomou tal decisão não por capricho, nem por gosto pessoal, mas depois de um sério e longo esforço em perguntar-se o que Deus queria dela e em buscar os sinais do querer divino nos diversos sinais objetivos que Deus ia demonstrando em sua vida.
Quando se tomou uma decisão deste modo, pode-se supor, com alto grau de certeza, que ela não se fundamenta em simples critérios humanos, mas está apoiada pela vontade de Deus, e mais, constitui uma resposta a um chamado de Deus.
Essa expressão, Pe. Kentenich traz de São Paulo, que sempre falava das novas possibilidades como uma porta que Deus abre. Por exemplo, ele escreve aos Coríntios: “Ali se me abriu uma grande porta à minha atividade…” (I Cor 16, 9) E diz também que existe uma “porta que o Senhor me abriu” (II Cor 2,12).
A lei da resultante criadora
De acordo com esta segunda lei – que complementa a anterior – levam-se em consideração os resultados daquela decisão já tomada para confirmar (ou então corrigir) se a pessoa realmente seguiu aquilo que Deus queria. Com base nos resultados se confirma ou se descarta que a vontade de Deus foi seguida.
O que nos diz esta lei da resultante criadora? Que, se uma pessoa toma uma decisão esforçando-se prévia e seriamente por descobrir a vontade de Deus, e a seguir de fato, há resultados positivos de sua ação com bons frutos. Os frutos dão testemunho de que essa ação seguiu a vontade de Deus e isso pode ser considerado como uma ratificação certa de que aí não intervieram somente forças humanas, mas, por trás de tudo também esteve atuando o poder criador de vida e de história do próprio Deus.
Essas duas leis podem ser aplicadas a muitas coisas na vida: descobrir os caminhos que Deus indica, que são as “portas abertas”, e, após seguir esse caminho, conferir se ele deu frutos positivos, pois os frutos confirmam o desejo divino.
Referências
MORANDÉ, Pe. Hernán Alessandri. O que significa o Santuário de Schoenstatt?