Subir as escadas… com o ouvido atento

 

Claudia Brehm – Amanhã, Ir. M. Emilie Engel completaria 131 anos de vida. Ela era uma professora atenta às necessidades de seus alunos, em um bairro pobre, na região do Vale do Ruhr, na Alemanha. Mais tarde, tornou-se cofundadora do Instituto das Irmãs de Maria de Schoenstatt.

Durante toda a sua vida, sofreu de tuberculose, que contraiu como jovem professora e, nas tardes, fazia um trabalho de Assistente Social, para uma família pobre. Apesar das várias cirurgias graves, para tratar a tuberculose, em 1946, foi nomeada pelo Fundador, Pe. José Kentenich, superiora da grande Província “Providentia” (Providência) das Irmãs de Maria de Schoenstatt, com 38 casas filiais. Exerceu essa tarefa quase até sua morte em 1955. Pelos encontros com o Pe. Kentenich e na segurança da Aliança de Amor, ela foi capaz de superar seus medos – que desenvolveu desde o início de sua vida – de um Deus juiz rigoroso, como era ensinado na época.

 

Ir. M. Emilie – um verdadeiro exemplo para os dias atuais

Vivemos numa época em que o ritmo de vida acelerou vinte vezes em comparação com as décadas anteriores, poucas pessoas se esforçam para dedicar tempo aos outros. Ao mesmo tempo, é cada vez maior nas pessoas o desejo de conversar e trocar ideias, de apoio mútuo e de ser ouvido. Pessoas como a Ir. M. Emilie podem ser um verdadeiro exemplo para nossa gente. A Ir. Theres-Marie Mayer, responsável pelas pesquisas sobre Ir. M. Emilie, nos conta:

 

 

Ela tinha tempo para os outros e um ouvido atento às suas necessidades

Qualquer pessoa que chegasse à Casa Providencia, onde Ir. M. Emilie vivia, seguia logo para a escadaria que levava ao quarto da Ir. M. Emilie. Uma pessoa que fazia sempre isso disse que quando batia na porta de Ir. M. Emilie, “não importava no que ela estivesse trabalhando, ela sempre tinha tempo e um ouvido atento para as pessoas que a procuravam. Depois, mesmo que se passassem semanas, ela ainda perguntava como as coisas estavam indo ou como ia nesse ou naquele ‘assunto’.” Outra Irmã conta que em um de seus últimos encontros com a Ir. M. Emilie, quando ela quase não conseguia mais falar: “Suas últimas palavras para mim foram: ‘Estou sempre rezando por você! Está me ouvindo?'”

 

Uma “linha direta” para o topo

Ela não apenas ouvia as pessoas, mas também levava suas preocupações aos ouvidos de Deus e pedia respostas, relata a Ir. Theres-Marie. “Ela estava completamente convencida de que o poder amoroso de Deus guiava o destino das pessoas e o curso da história mundial: ‘Deus tem nossas vidas em suas mãos. Em seu amor, ele organiza tudo para o nosso bem’, dizia com frequência àqueles que eram confiados aos seus cuidados.”

 

 

Ponderar, ouvir, decidir

Em uma época como a nossa, em que se esperam decisões rápidas, muitas vezes, tomadas de forma precipitada e sem muita reflexão, o exemplo de Emilie para se tomar decisões pode ser motivador: “Ela não era uma pessoa que tomava decisões rápidas. Ela queria ouvir primeiro o que Deus estava lhe dizendo. Ela refletia sobre o que as pessoas lhe diziam, perguntava qual era a vontade de Deus e só depois tomava suas decisões”, diz a Ir. Theres-Marie.

 

Confiança e segurança: vacina contra o medo

Hoje, nestes tempos turbulentos e incertos – de constante exposição nas Redes Sociais – o medo é um sentimento que só cresce. Ir. M. Emilie sabia que a vida é um risco. Não posso me retrair. Confiando em Deus, que tem bons planos para com cada um de nós, posso correr o risco, me soltar e pular. Ir. Theres-Marie diz: “Aqueles que se soltam podem experimentar a aterrissagem nos braços firmes de Deus. Essa disposição de abraçar as novas circunstâncias da vida, de não querer resolver tudo sozinho, de dar o salto, dá para você uma nova qualidade de vida, como a Ir. M. Emilie experimentou.”

 

Intercessora junto a Deus

Ir. M. Emilie queria ajudar as pessoas também depois de sua morte. Sempre intercedeu a Deus por outros. “Aqueles que confiam suas preocupações a ela” – como a Ir. Theres-Marie experimentou e testemunhou com muitas pessoas – “experimentam como ela ajuda, tornam-se mais ousados em sua confiança em Deus, mais resilientes no sofrimento e nas dificuldades e podem mais facilmente dizer sim aos planos de Deus, porque reconhecem neles o seu amor”. E ela incentiva: “Deixe nas mãos de Ir. M. Emilie o que, neste momento, está pesando em seu coração”.

Fonte: emilie-engel