Estimular os filhos é uma missão especial neste tempo
Pedro e Flavia Urnau – A Quaresma é um tempo especial, no qual a Igreja convida todos nós, fiéis, à conversão, ou seja, a nos arrependermos e rompermos as amarras que nos atam ao pecado, por meio de uma vida mais intensa de oração, sacrifício e caridade. Assim, em cada quaresma, somos chamados a nos decidirmos mais uma vez por Cristo, nos aproximarmos d’Ele e seguir o seu caminho. Este tempo litúrgico deve ser para nós o início de uma vida nova em Cristo, cuidando para não voltarmos à vida que levávamos antes.
Não apenas no âmbito pessoal a quaresma deve ser vivida, mas também no âmbito comunitário. Uma atenção especial deve ser dada àqueles que estão à nossa volta. Nesse sentido, as palavras do Papa Francisco nos motivam para esta quaresma: “A escuta assídua da Palavra de Deus faz maturar uma pronta docilidade à sua ação, que torna fecunda a nossa vida. E se isto já é motivo para nos alegrarmos, maior motivo ainda nos vem do chamado para sermos cooperadores de Deus, aproveitando o tempo presente para semearmos, também nós, praticando o bem” [1].
Tudo começa na família
A família é a primeira comunidade que Deus nos chama a semearmos, é na família que muitos conhecem e experimentam Cristo. Por meio de um trabalho atento e singular, podemos realizar uma vivência familiar quaresmal, explorando a originalidade de cada um e gerando vida nova em nossos lares.
Em nossa casa buscamos introduzir nossas filhas nessa atmosfera quaresmal, entendendo e respeitando as limitações de cada fase da infância. Assim, trabalhamos as leituras bíblicas deste tempo litúrgico, pensamos e elaboramos juntos os propósitos que iremos realizar, baseando-nos nos temperamentos, virtudes e vícios de cada um, e confeccionamos juntos um capitalário quaresmal, no qual vamos marcando a evolução de nossos propósitos. Quanto mais concreto e visual, mais motivadas e comprometidas as crianças se sentem. E ao mesmo tempo que estamos ajudando na construção do caráter de nossas filhas, também somos impulsionados a trabalhar ao máximo a nossa autoeducação, pois sabemos da influência que nossas atitudes têm na vida dos nossos pequenos.
Claro que algumas coisas daquilo que planejamos não saem como esperado, mas isso não deve ser motivo para desanimarmos, muito pelo contrário, deve nos dar forças para buscarmos, com magnanimidade, fazer o nosso melhor, porque “o Senhor que tudo entregou por nós não se contenta com uma vida pela metade; Ele quer o coração e o espírito por inteiro, e não o pálido brilho de um sacrifício medíocre” (RC 411).
Portanto, temos a obrigação de possibilitar às meninas uma vida em Cristo, através das experiências, para que no amanhã elas queiram se decidir por Ele, “… pois no devido tempo colheremos o fruto, se não desanimarmos.” [1]
Compreendemos que todo o processo de formação familiar, passa por Cristo. Fazer com que nossos filhos possam experimentar a cada Páscoa a profundidade da Paixão, Morte e Ressurreição do nosso Salvador, Jesus Cristo, é determinante para a formação de um homem novo, que seja capaz de viver e dizer livremente: “Dispõe sempre de tudo, como te aprouver, concede-me somente que eu te ame! Dá que, em toda a parte, eu creia que tu me amas como a preciosa pupila dos teus olhos. […] Então poderão chamar-me rico, sumamente rico, jamais alguém poderá dar-me felicidade maior”. (RC 388; 391)
* Contribuição do Instituto de Famílias de Schoenstatt
[1] Cf. Francisco, Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2022 (11 de novembro de 2021)
Excelentes reflexões para s Quaresma! E sugestões para a vivência de forma prática começando em nossa casa – o Santuário Lar! Louvor eterno ao nosso Deus e gratidão à grande família de Schoensttat! Que Deus abençoe vocês!