“Os dados foram lançados… Para mim o caminho atual é, sem dúvida, o melhor; senão Deus não me levaria por ele. Para mim, vale esta frase: ‘Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos’. Desse modo, dirijo e fecundo a Família”.
Este fragmento de carta é de um homem que está prestes a assumir um caminho de cruz e, bem possivelmente, de morte. Como ele entende essa situação? Para ele, se esse caminho é um desejo do Bom Deus, então é “um ato de amor especial”. O seu último conselho? “Quarta-feira vou para Dachau… Permaneçam simples, desprendidos, fiéis e fortes”.
Pe. José Kentenich fez de sua vida um caminho de Via Sacra com o Senhor. Compreendia cada momento do dia como uma oportunidade única de causar alegria ao Pai, sendo, dessa forma, também um filho alegre. Nas muitas conquistas e também no sofrimento, podia dizer: “(Jesus) Eu te agradeço, porque diariamente posso oferecer-te os ombros para a cruz que sustém a vida. Forma-me, assim como teu reflexo, que cumpre filialmente o desejo do Pai” (RC, 273).
Carregar alegremente a cruz
Na vida diária, também se apresentam a nós alguns “momentos de Dachau”, situações que nos colocam como em plena Sexta-feira Santa: quando me fere a injustiça, a falta de liberdade, a perda de direitos, a renúncia do mais querido, a perda de bens, de pessoas, a crise econômica, a falta de dinheiro… O que me diz, então, o exemplo do Pe. Kentenich?
Todo e qualquer sacrifício é para que eu morra para mim mesmo e viva somente para o Pai. Tudo isso, diz ele, pode se unir ao sacrifício de Jesus e ajudá-lo a carregar a cruz: “Por minha vida de sacrifício, dá-me suprir o que falta em plenitude à cruz e ao sofrimento de Cristo” (RC 209).
A Sexta-feira Santa, em sua essência, é tomada de silêncio e memórias de dor, mas, principalmente, de profunda gratidão pela entrega de Jesus. No ‘Ano Pe. Kentenich’, esse dia traz à mente o testemunho do Pai, que pede a cada um dos filhos de Schoenstatt a mesma atitude pronta e filial diante do Bom Deus. “Quero carregar alegremente a lasca da cruz que o Pai me envia, pelas circunstâncias da vida” (Rumo ao Céu, 255).
“De modo misterioso Ele (Jesus) vive mais uma vez sua Sexta-feira Santa com todos e em todos que, como São Paulo, suprem em seu corpo o que ainda falta à Paixão de Cristo (Col 1,24), que ficam calados quando a ‘massa dos Pilatos’ grita com ímpeto tempestuoso: ‘Crucifica-o!’; que não sucumbem quando tipos como Judas os atraiçoam e os vendem por trinta moedas de prata. A cada dia Ele celebra a Páscoa, mesmo que só encontre poucas testemunhas de sua Ressurreição e de sua gloriosa Vitória. A todos que perseveram na oração e na fração do pão, Ele envia o Espírito Santo” (Cristo minha Vida).
Texto que me leva a refletir, como devo ser imitadora de Cristo.
Paixão
Morte
Ressurreição
Aleluia!