Ir. M. Nilza P. da Silva – Chegamos ao final da análise das características de luzes e sombras de nosso tipo brasileiro, segundo o Pe. Kentenich. Veja no final do texto o link para cada uma delas. É bom lembrar que essas características não determinam o que somos, mas, fazem parte da cultura que nos influencia. Além disso, nem todas as pessoas tem as mesmas características. As apresentadas aqui, são uma visão geral de aspectos que encontramos muitas vezes em nosso tipo.
Neste artigo, vemos uma qualidade brasileira que deve nos dar um “santo orgulho”. Pe. Kentenich diz que, o brasileiro,
3. Por natureza, tem um modo orgânico de pensar.
A Logoterapeuta Ana Beatriz Biagioli Manoel Suzan, que pertence à União de Famílias de Schoenstatt, fala sobre essa descrição do Pe. Kentenich:
Uma pessoa com um pensar orgânico não separa ideia e vida, fé e razão. O pensar orgânico relaciona, vê o todo, é perto da vida, conhece a realidade. Que maravilha é essa terceira luz! Não poderia ser mais schoenstattiana. Essa foi uma percepção do nosso Pai e Fundador, ele dizia que a alma latina é naturalmente schoenstattiana, pois ainda não estava contaminada pelo pensar mecanicista. O pensar mecânico separa as partes, busca sempre análises, é longe da vida, abstrato, segrega e polariza absolutamente tudo.
Se temos essa luz no nosso “tipo” brasileiro, podemos considerar como uma potência da nossa alma. Com isso, é possível transformar a fé, o amor e os valores em atitudes, para que tenhamos além do pensar, também um amar e viver orgânicos, ou seja uma mentalidade realista, próxima à vida, que percebe o desenvolvimento e o processo histórico, uma mentalidade com perspectiva, não pontual. Um cristão que vive a fé prática na Divina Providência.
Veja também: O que significa e como se educar para um modo de pensar orgânico
Material do qual se pode esculpir santos
Pe. Kentenich diz, em sua última mensagem ao Brasil:
“(O brasileiro) é material do qual se pode esculpir santos. Depende somente se nós (assessores) somos verdadeiros escultores, se temos a capacidade de fazer tudo destes filhos que o bom Deus nos presenteou.
Espiritualmente, vejo todo o pequeno rebanho do Brasil… estou imerso e envolto no espírito do Tabor, na proteção do Tabor, na missão do Tabor. Mas, mas lembro-me também quanta gratidão devo ao Tabor. Que este espírito seja conservado por séculos.
Queira a Mãe de Deus usar-nos mais e mais, como seus instrumentos. Então, ‘grandes coisas’ serão realizadas pela querida Mãe de Deus e por seus Santuários.
Cuidaremos que não somente nossa pequena Família, mas o Brasil todo, sim, grande parte do mundo – até podemos crer que o mundo inteiro, um dia se tornará Tabor de nossa Mãe e Rainha Schoenstatt.” (31.05.1967)
Há uma poesia em cada um de nós
Na medida que vamos nos conhecendo, podemos reconhecer nossas forças e nossas fraquezas, prestar atenção nas coisas cotidianas, no plano de Deus que vai se revelando para cada um de nós, na realidade das alegrias e sofrimentos diários. E então, vamos nos relacionando com Deus, conosco mesmo e com as pessoas ao nosso redor, nesse movimento de auto transcendência que é próprio da pessoa humana.
Esses dias li num livro que existe uma poesia cotidiana ao nosso alcance. A poesia é uma forma de expressão marcada pela subjetividade, que tem como objetivo revelar pensamentos, sentimentos e estado de espírito. Ela retrata algo pela ótica da imaginação do poeta e do leitor. Existe uma poesia cotidiana, a nossa própria obra. Fazer da nossa vida uma poesia é o desafio e a verdade, disse o autor. Aproveitemos dessas 3 luzes e façamos a tarefa de todos os dias, ou seja, o ordinário de nossos dias, extraordinariamente.
E concluímos esse estudo com palavras de nosso Fundador:
“Queremos recordar com gratidão tudo o que o bom Deus nos presenteou por meio da Mãe de Deus.
Mãe de Deus, abençoa o Brasil!” (Idem)
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Veja também:
Os lados de sombra de nosso tipo brasileiro
1 – O complexo de inferioridade
3 – Movidos pelos sentimentos (falta de exigências)
As luzes de nosso tipo brasileiro