“Precisamos agradecer este acontecimento”
Karen Bueno – “Estou chegando de Roma. Nossa forma de vida foi oficialmente reconhecida pelo Santo Padre. Em 14 de março foi oficialmente promulgada a grande Constituição Apostólica através da qual nosso Movimento Apostólico também foi implicitamente aprovado. Para mim, pessoalmente, isto é uma grande alegria. Precisamos agradecer este acontecimento!” (Pe. José Kentenich, 18 de março de 1947, Santa Maria/RS).
No dia 26 de fevereiro de 1947 o Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, chegou pela primeira vez a Roma. Em meio às diversas atividades, retiros, conferências que pregou logo após sua liberação do campo de concentração de Dachau, ele decidiu visitar o Vaticano não como mero turista ou peregrino, mas para levar algo à Igreja.
Ele escreve: “Está em curso a preparação para uma audiência privada com o Santo Padre. O tempo para isso não parece ser muito favorável. Contudo, desejo-a, porque através dessa audiência, pretendia consolidar de um modo mais profundo a união entre Schoenstatt e o Papado, a fim de ancorar solidamente na rocha de Pedro a eclesialidade e fecundidade de Schoenstatt” (Texto de Roma do Instituto dos Sacerdotes Diocesanos, p. 17).
O objetivo principal da visita do Fundador são as conversas sobre o reconhecimento do Instituto dos Irmãos de Maria perante a Igreja e a ereção canônica do Instituto das Irmãs de Maria de Schoenstatt. Até então, a forma de vida consagrada dos Institutos Seculares não era reconhecida pela Igreja.
Um presente
A princípio, parecia impossível uma audiência com o Papa Pio XII, solicitada logo após a chegada do Fundador a Roma, pois nesses dias o Papa tinha muitos compromissos. Mas no dia 11 de março, uma chamada telefônica notificava que a audiência seria possível no dia 14.
Dois dias antes da audiência, 12 de março, o jornal L’Osservatore Romano publicou um documento papal de máxima importância para a Obra de Schoenstatt: a Constituição Apostólica Provida Mater Ecclesia, sobre os Institutos Seculares.
Esse documento é a base jurídica pela qual a Igreja reconhece, ao lado das Ordens Religiosas tradicionais, as novas comunidades de vida consagrada. Para o Movimento Apostólico de Schoenstatt, esse é um momento decisivo, pois a partir daí seus Institutos Seculares ganham um espaço reconhecido pela Igreja. Schoenstatt contava, nessa época, com cinco Institutos fundados e mais tarde se fundaria o sexto (conheça os Institutos Seculares de Schoenstatt).
Com a publicação deste documento cumpriu-se um desejo que o Pe. Kentenich já há muito tempo acalentava.
Palavras de gratidão
Dessa forma, o assunto principal da audiência privada do Pe. Kentenich com o Papa Pio XII foi justamente o conteúdo da Constituição Apostólica. O Pai e Fundador conta às Irmãs no Brasil: “Eu prometi ao Santo Padre cuidar que os Institutos Seculares prestem um grande serviço à Igreja, e minha promessa é sua promessa. O espírito de conquista do mundo, a força de conquista do mundo não pode descansar até termos alcançado o objetivo” (25 de abril de 1947, Jacarezinho/PR).
O Papa perguntou ao Pe. Kentenich se a nova Constituição correspondia às suas expectativas. Este respondeu que foi a Roma justamente para conseguir esclarecimentos sobre a posição jurídica de seus Institutos. Então agradeceu ao Santo Padre pelo documento, realmente tão importante, e, em nome de toda a Família de Schoenstatt, prometeu ao Papa que Schoenstatt dedicaria todos os esforços para que os Institutos Seculares possam prestar à Igreja um serviço tão valioso como o das ordens e congregações tradicionais, em especial para a construção de uma nova ordem social cristã.
No dia seguinte a essa audiência, o Pe. Kentenich embarcou no avião que o levaria pela primeira vez ao Brasil. Em terra brasileira, ele apontava a publicação da Constituição Apostólica como uma grande vitória da Mãe Três Vezes Admirável: “A terra pronta para o combate, habituada a vencer em todas as batalhas. Vejam os Institutos Seculares. Que vitória extraordinária, nós nem somos capazes de lhe dar o devido valor” (30 de abril de 1947, Ribeirão Claro/PR).
A audiência do Fundador com o Papa coloca em evidência o que o Pai espera de toda sua Obra e de cada filho de Schoenstatt: o amor, a fidelidade e o serviço à Igreja.
Bibliografia:
Nas pegadas do Pe. José Kentenich em Roma. Mons. Peter Wolf. Editora Nueva Patris, 1ª edição.
Padre José Kentenich – Uma vida pela Igreja. Pe. Engelbert Monnerjahn. Editora Pallotti, 1977, 1ª edição.
Tabor nossa Missão – Col. Brasil Tabor, vol 1. Palavras do Pe. José Kentenich no Brasil. Sociedade Mãe e Rainha, 2007, 1ª edição.
Gratidão àqueles .que vem nos instruindo quanto a história de Schoenstatt.
Somos parte da história atual, mas é necessário, é muito importante que saibamos a história pregressa para que possamos dar continuidade a Obra de Schoenstatt de acordo com os desígnios da Divina Providência e o pensar do Pai e Fundador “com a mão no pulso do tempo e o ouvido no coração de Deus” para a continuidade do Movimento.
Reconhecemos todo o empenho de todos q contribuíram ao Pe José K constituir junto a igreja de N.senhir a Obra de Shoenstatt. Amem