Um mergulho rápido no Terceiro Marco Histórico de Schoenstatt
Fernando Valderrama – Cada momento na história do Movimento Apostólico de Schoenstatt, com suas ações e seus representantes, marca profundamente o curso dos acontecimentos. O dia 31 de maio de 1949 não passa desapercebido neste sentido, visto que esse momento histórico revela mais do que um marco, mas a própria missão do nosso Movimento Mariano.
Pe. José Kentenich, que visitava a América Latina nesse período, é informado sobre a visita canônica ao Santuário Original de Schoenstatt. Dentre as autoridades da Igreja surgiam questionamentos naturais e necessários de se fazer sobre o que era o Movimento Apostólico de Schoenstatt, quem era o Pe. Kentenich e o que significava a presença de Maria na capelinha. Era preciso verificar e aprofundar este novo carisma que despontava na vida da Igreja.
Em respostas às perguntas lançadas pelo visitador apostólico, Pe. Kentenich redigiu aquilo que hoje denominamos como Epístola Perlonga. Nesta carta decisiva ele explica à Igreja toda a originalidade, espiritualidade e pedagogia de Schoenstatt. Pe. Kentenich, dentre linhas e palavras, também expressa nesse documento a importância do ser, pensar e viver orgânicos, frente ao pensar mecanicista que crescia pelo mundo.
Uma entrega à missão
Quando Pe. Kentenich estava em sua visita ao recém fundado Santuário de Bellavista, no Chile, juntamente com as Irmãs de Maria que ali frutificavam a vida de Schoenstatt, ele entregou no altar do Santuário, que “ainda cheirava a tinta”, a primeira parte dessa densa e volumosa Epístola Perlonga. Esse gesto foi um pedido para que a Mãe de Deus conduzisse o diálogo com o Bispo de Treves e as portas da Igreja se abrissem, por fim, ao novo Movimento.
Pe. Kentenich foi cuidadoso e atencioso no esclarecimento de todas as questões levantadas pelo relatório da visita. Questões que hoje soam como triviais e de respostas óbvias – como o Capital de Graças, e a troca de corações com Maria, a relação do Fundador com sua Obra – tudo isso foi questionado e esclarecido.
Na fé prática da Divina Providência, Pe. Kentenich coloca sobre o altar seu “manual do viver orgânico”, buscando, de mãos dadas com Maria, ser um elemento integrador, vinculado, no contato filial com Maria e com Jesus, conduzindo todos a sermos organismos do amor ao próximo e a Maria.
Um herói que viveu a filialidade heroica
E por que não, neste 31 de Maio, expressarmos nossa admiração por alguém que tomou para si a filialidade heroica como estandarte de vida? Mario Hiriart personificou fielmente o viver, pensar e amar orgânico pela Igreja. Iniciou sua caminhada no Movimento pela Juventude Masculina e sua vocação e amor à Maria o conduziram à comunidade dos Irmãos de Maria de Schoenstatt, sendo pioneiro na América Latina.
Mesmo com o corpo tomado pelo câncer, Hiriart faz um “caminho reverso” para ir ao Encontro de Pe. Kentenich. Partindo dos andes chilenos, passou por Santa Maria/RS, Londrina/PR e São Paulo/SP para, por fim, desembarcar em Milwaukee/EUA próximo às festividades de Corpus Christi. Por fim, sua morte e entrega ao Pai Celestial se rompeu em Milwaukee e, reconhecendo sua postura heroica, a Santa Igreja o identifica como Venerável.