“Jesus é radical. Dá tudo e pede tudo (…). Não Se contenta com uma «porcentagem de amor»: não podemos amá-lo a vinte, cinquenta ou sessenta por cento. Ou tudo ou nada” (Papa Francisco, na Missa de Canonização)
A Igreja celebra hoje, dia 29 de maio, São Paulo VI, um papa que teve participação decisiva num momento crucial da Obra de Schoenstatt, o chamado ‘Quarto Marco Histórico’.
No dia 22 de dezembro de 1965, São Paulo VI recebeu o Pe. José Kentenich em audiência no Vaticano. Essa data marca o final do exílio do fundador e, a partir dela, a Igreja permite que o Pe. Kentenich retorne a Schoenstatt, aos seus trabalhos com o Movimento e dá autonomia ao atuar da Obra.
Assim narra a biografia do Fundador: “Poucos dias antes do Natal, chegou a notícia de que o Santo Padre (Paulo VI) desejava recebê-lo em audiência. Foi um momento comovente quando o Pe. Kentenich, com a batina preta e a barba branca como a neve, como sempre ereto, estava diante de Paulo VI, que, sentado em seu trono, dirigiu-lhe uma breve alocução. O Pe. Kentenich respondeu-lhe em latim. No final, entregou-lhe um cálice para a igreja dedicada a Maria, Mãe da Igreja, que o Santo Padre tencionava construir e cuja pedra fundamental benzera durante as cerimônias do encerramento no Concílio a 8 de dezembro”.
Uma promessa
Diante de São Paulo VI, no contexto de uma Igreja em transformação após o Concílio Vaticano II, Pe. Kentenich promete ao Santo Padre a fidelidade da Obra de Schoenstatt à Igreja e que o Movimento empenhará todas as suas forças para ajudar a Igreja a cumprir suas grandes tarefas atuais, no período pós-conciliar.
Foi nesse período de renovação, também por ocasião do lançamento da Encíclica Humanae vitae, de São Paulo VI, que o Pai e Fundador escreve sua conhecida frase à Família de Schoenstatt: “Com Maria, alegres na esperança e certos da vitória, rumo aos tempos novíssimos” [1].
São Paulo VI fala sobre Kentenich
O Papa Paulo VI, logo após a morte do Pe. Kentenich, apontou para seu exemplo, várias vezes. Na audiência geral de 8 de abril de 197O, saudando um grupo de peregrinos alemães, o Santo Padre disse:
“Queridos filhos e filhas! Sobre a pedra sepulcral de um destacado sacerdote e pastor de almas alemão, estão escritas as palavras que foram expressão de sua personalidade e conteúdo de sua vida abençoada: ‘Dilexit Ecclesiam’, ‘Ele amou a Igreja’, As mesmas palavras Nós as dirigimos a vós: Amai a Igreja! Nestes tempos agitados permanecei fiéis ao magistério da Igreja e ao Sucessor de São Pedro. E assim, também vossa vida se tornará rica e plena de sentido”.
Gratidão
A Família de Schoenstatt é grata ao Papa Paulo VI – a São Paulo VI – por compreender a missão original que a Mãe e Rainha desempenha dos seus Santuários. Ele se mostrou dócil, em várias ocasiões, ao Movimento, permitindo que o Espírito Santo pudesse agir na vida da Igreja por meio de Schoenstatt. Muitas das ideias expostas na Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, de sua autoria, são evidenciadas pelo Pe. Kentenich.
Temos um intercessor no céu. “Hoje – disse o Papa Francisco no dia da missa de canonização – Jesus convida-nos a voltar às fontes da alegria, que são o encontro com Ele, a opção corajosa de arriscar para segui-lo, o gosto de deixar tudo para abraçar o seu caminho […] Paulo VI fez isso, seguindo o exemplo do Apóstolo cujo nome assumira. Como ele, consumiu a vida pelo Evangelho de Cristo, cruzando novas fronteiras e fazendo-se testemunha d’Ele no anúncio e no diálogo, profeta duma Igreja extroversa que olha para os distantes e cuida dos pobres. Mesmo nas fadigas e no meio das incompreensões, Paulo VI testemunhou de forma apaixonada a beleza e a alegria de seguir totalmente Jesus. Hoje continua a exortar-nos, juntamente com o Concílio de que foi sábio timoneiro, a que vivamos a nossa vocação comum: a vocação universal à santidade; não às meias medidas, mas à santidade”.
Bibliografia:
Padre José Kentenich – UMA VIDA PELA IGREJA. Engelbert Monnerjahn.
[1] Mensagem de saudação à Família de Schoenstatt para o Dia dos Católicos em Essen, 07.09.1968