Maria forma família e educa o filho heroico para o Pai
Ir. M. Nilza P. da Silva – Pe. José Kentenich escreve, ou melhor, dita a carta resposta aos bispos da Alemanha, enquanto visita as Irmãs de Maria e lhes prega retiros, aqui no Brasil. O conteúdo de suas palestras no retiro são uma síntese e aplicação prática do que estava enviando para a análise dos bispos. Em mais da metade da longa carta, escrita em nossa Pátria, ele apresenta a resposta, fundamentação e esclarecimento dos pontos criticados pelo visitador apostólico: É preciso crer que somos uma ocupação predileta de Deus, para conquistar a verdadeira liberdade interior, vincular-se com confiança, amor e respeito a outros (ser fechado) e viver com amor e heroísmo a filiação divina, recebida no batismo (filialidade heroica). As palavras em negrito foram usadas como subtítulo na missiva.
Para o Pai e Fundador, as respostas para as crises antropológicas, daquele tempo e de hoje, estão justamente na aplicação pedagógica consciente desses pontos, que são essenciais para a ascese de Schoenstatt. Vale a pena aprofundar e esclarecer cada um deles, mas, deixaria muito longo esse artigo. O livro “Santidade de todos os dias” é uma explicação disso em linguagem clara e pedagógica.
Consciente dos limites de sua fundação, Pe. José Kentenich considera uma dádiva especial que Deus que, em sua juventude, ele mesmo tenha passado por graves crises existenciais, justamente pela fé desconectada da vida e, ao mesmo tempo, ter encontrado a resposta no amor a Maria. É uma graça especial que Deus tenha escolhido Schoenstatt para apresentar essas respostas ao mundo, enviando sua Mãe para se estabelecer no Santuário e resgatar a Aliança da humanidade com seu criador. Como ele diz mais tarde: “Schoenstatt sempre acreditou que não são as nossas virtudes, mas a nossa miséria que moveu a Mãe de Deus a selar conosco a Aliança de Amor e a transformá-la em Aliança de Amor com o Pai.” [1]
A vinculação a Maria conduz a um amor pessoal a Deus Pai
Aqui está a resposta para as ações de evangelização e pastorais para toda a Igreja, a fim de vencer o pensar e agir mecanicista, que separa a fé da vida. “O homem moderno é esquizofrênico e de alma dilacerada; apesar de sua proximidade exterior, vive interiormente longe das pessoas que o rodeiam. Em Maria reconhecemos o ideal do ser humano totalmente tranquilo, em paz consigo mesmo, com Deus e com o seu ambiente.”[2]
A ordem que Deus seguiu na criação da humanidade é reflexo de seu amor, revela seu modo de ser e seu plano para a humanidade: Cada pessoa nasce de uma família. Quanto mais a Igreja for família, tanto mais ajudará o cristão a encontrar-se consigo mesmo e vincular-se filialmente a Deus. Do mesmo modo como na vida natural, a criança é socializada pela mãe, que a conduz ao pai, aos irmãos e assim vai se ampliando o vínculo do filho, também na vida da fé, nossa Mãe Maria faz com que os ensinamentos do Evangelho se encarnem, ela conduz seus filhos ao vínculo pessoal com Deus Pai, assim como Jesus viveu e ensinou.
Ela educa o cristão de pensar, amar e viver orgânico
“Como a experiência o atesta, Maria educa tais pessoas e as conduz, como instrumento em suas mãos, por meio da luta dos espíritos, na arena da vida: dentro da família e na oficina, nas ruas e nas praças, na vida pública e nos palácios governamentais. Assim deve ser interpretado hoje o ‘Ecce Mater tua’.”[3] Jesus sabia que ela forma família. Portanto, a Aliança de Amor com Maria é o caminho por excelência de cura para a humanidade, é fundamental para a vida de fé.
Família autêntica: caminho para a fé!
Pe. Kentenich indica que o ideal é que na família, educados por Maria, as mulheres sejam seus reflexos e os homens cumpram santamente a sua missão de pai, como imagens vivas de Deus para sua esposa e seus filhos. Se os filhos tiverem vivencias desajustadas com seus pais naturais, Maria ajuda a curar e os conduz ao Pai celestial. Quanto mais pais autênticos, tanto mais fácil se torna a missão de Maria, como Educadora de homens novos.
Por isso, Pe. José Kentenich, mais uma vez, nos convoca para uma cruzada, isto é, para levarmos a sério a Aliança de Amor, a fim de que Maria eduque-nos como filhos heroicos, que vencem todo o pensar mecanicista, e assim se renove toda a Igreja, se faça um mundo novo, uma nova sociedade.
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Fotos: Ir. M. Nilza P. da Silva
[1] Kentenich, Pe. José. 18.1.1957, Às segundas-feiras ao anoitecer, vol. 5, p. 70; ed. alemã
[2] Kentenich, José. Maria Mãe Educadora, p. 146-149.
[3] Idem
Muito bom para nos da família de shoenstatt. Estou lendo as cartas .É complicado pra muitos o q tentamos ser fazer falar viver .mas pra nos não piora temos essa filialidade deixada pelo pai.q foi ensinado pela mãe de Deus q educou o filho Deus e Salvador da humanidade..Queremos testemunhar o filho da virgem Maria pelo q a mãe Peregrina noz educa como o fez com Pai Fundador. Amém