Meu coração, teu Santuário.
A vida no Santuário do meu coração deveria ser uma vida de um permanente Ofertório, Consagração e Comunhão. Essa é a vida de uma pessoa que realmente vive em seu Santuário. Depende muitíssimo de que demos o devido lugar à Cruz no Santuário do nosso coração. Pois amadureceremos unicamente na Cruz, na Cruz que o bom Deus colocou sobre os nossos ombros […].
Temos que colocar o objetivo de nos desprendermos profundamente de nós mesmos, que não nos contentemos com o sacrifício, com o sofrimento, com a cruz que carregamos; sobretudo, porém, que pouco valorizemos todos os nossos feitos, toda a força sacrifical de nossa parte, somente para dar o máximo valor a uma coisa: Deus em mim! […]
Se não cultivarmos o sentimento vital divino, se ele não se destilar e penetrar no mais íntimo do nosso interior, se não penetrar em nossa vida anímica inconsciente, então poderemos falar muitíssimo sobre o homem novo e pregar sobre ele, mas nunca nos tornaremos um homem novo.
Que temos de tornar-nos? Homens do além. Este vive da fé e do espírito de fé. E é:
– Um homem de visão profunda, ampla e abrangente;
– Um homem ousado, porque sobre a nossa vida e em nossa alma vive e opera o Deus Trino. Em união com ele, poderemos arriscar tudo, também o mais difícil e pesado. Por isso, o homem do além é igualmente…
– Um homem vitorioso.
Amar a Deus no próximo
Minha alma, a alma do meu próximo é uma igrejinha da Santíssima Trindade […].
Se Cristo vive em nós, temos que mostrar que ele produz e realiza um heroico amor ao próximo em nosso interior. Quer dizer, formar e cultivar em nós o estilo de vida de Cristo, a forma de vida de Cristo. Quer dizer, não ver Cristo somente como fonte de forças, como meta e ideal, porém, deixar que se forme em nós Cristo como o nosso estilo de vida. Evidentemente, isso requer uma decisão ao heroísmo.
Vendo o Cristo misterioso encarnado no outro, a minha paternidade e maternidade receberão a verdadeira plenitude. Pois então, não apenas um membro serve ao outro, mas tudo será um serviço, toda a paternidade e maternidade serão um servir a Cristo encarnado em meu próximo. Temos que aprender a pensar de modo sobrenatural […].
Descobrir Deus em nosso coração
Queremos cultivar o andar com Deus que habita em nós e nos tornaremos pessoas recolhidas no interior e, ao mesmo tempo, amaremos ao próximo como um templo de Deus.
Se quisermos saber se e até que ponto a vida divina pulsa em nós, basta perguntar: como é com o meu amor ao próximo? Quando a vida divina for motivo e fundamento do meu amor, conseguirei respeitar e amar também as pessoas que são antipáticas à minha natureza.
Terei a paz verdadeira somente se, em tudo e sobre tudo, eu enxergar a Deus, se considero a mim mesmo e ao meu próximo como membros de Cristo e templos da Santíssima Trindade. Se gosto de alguém, amo a Deus nele. Assim posso relacionar tudo com o bom Deus em mim.
Começamos a entender-nos devidamente, só quando recebemos uma nova luz, a luz da fé. Nesta luz da fé, descobriremos um mundo inteiramente novo em nós.
Fonte: Meu coração – teu Santuário. Pe. José Kentenich. Editora Pallotti, Santa Maria/RS: 1983. Capítulo: Viver com o Deus do coração – graça e tarefa.
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