São Miguel tornou-se o porta-voz da Aliança de Amor
Karen Bueno – Se você um dia selou a Aliança de Amor com a Mãe e Rainha, certamente leu e estudou o Documento de Fundação de Schoenstatt. Nele está registrada a origem de toda a nossa Obra Internacional. Num dos trechos mais importantes deste texto, São Miguel (por indicação do Fundador, Pe. José Kentenich) torna-se o porta-voz das promessas e exigências da Aliança de Amor:
“Parece-me como se neste momento, aqui, nesta antiga Capelinha de São Miguel, Nossa Senhora nos falasse pela boca do santo Arcanjo…” [1]
São Miguel está presente desde o início
Como se sabe, a capelinha – que se tornou o Santuário Original de Schoenstatt – era consagrada a São Miguel. O Pe. Michael Kolb, superior provincial do Pallottinos, cedeu esse espaço para que os jovens da Congregação Mariana tivessem um lugar próprio para os seus encontros. Ele cedeu, em grande parte, por sua devoção a São Miguel, como conta neste trecho:
“[Pe. Kentenich] queria que a Congregação Mariana tivesse um lugar onde os jovens se sentissem os únicos donos e senhores. E por essa razão veio fazer-me a proposta de que a capela de São Miguel lhe fosse cedida para esse fim.
Mas este local também inspirava algumas objeções, devido à sua localização (por ser tão isolada) e especialmente devido ao estado de degradação em que estava. Há muito tempo que não era arrumada e recentemente tinha sido usada para guardar ferramentas. Já alguém tinha mencionado… demoli-la, hipótese que eu prontamente rejeitei devido à minha devoção ao meu santo protetor [São Miguel].
Assim, quando esta nova ideia foi apresentada para mim, era difícil dizer não. Na verdade, era até certa honra para o meu santo protetor”. [2]
Como chegou a primeira imagem de São Miguel ao Santuário?
Às vésperas da fundação de Schoenstatt, no dia 29 de setembro de 1914, na festa de São Miguel, o Pe. Kolb doou uma estátua de São Miguel como presente pelo novo projeto. Foi atribuído um lugar de honra para esta imagem, bem à frente, acima do altar.
No ano seguinte, em abril de 1915, a estátua foi mudada do centro do altar de madeira para o seu lugar atual, à esquerda, quando se colocou a imagem da MTA no Santuário. O Pe. Kentenich relata numa carta: “No pouco tempo em que estiveste fora, a nossa pequena capela tem mudado de aspecto. O São Miguel teve de ceder o lugar a uma linda imagem de Nossa Senhora com o Menino, um presente do Padre Huggle. Foi-lhe dado [ao São Miguel] um pedestal do lado esquerdo do altar, onde reina como guardião do Santíssimo Sacramento”. [3]
Infelizmente a imagem original de São Miguel, em gesso, teve um fim repentino em 25 de agosto de 1984, quando caiu o prego que prendia a peanha que a sustentava e ela se despedaçou no chão. Porém, um artista palotino conseguiu construir uma réplica extremamente fiel que se encontra no lugar da original desde o fim de outubro de 1985. Uma pequena diferença entre a antiga e a nova imagem de São Miguel é a cor: a armadura e a lança da primeira versão eram completamente brancas, agora são pintadas de prata e dourado.
É como se nos falasse…
Como porta-voz da Aliança, a imagem de São Miguel recorda sempre as palavras da fundação e o compromisso selado com a Mãe e Rainha de Schoenstatt:
“Não vos preocupeis com a realização do vosso desejo. Ego diligentes me diligo. Amo aos que me amam. Provai primeiro que realmente me amais e tomais a sério os vossos propósitos. Agora tendes a melhor ocasião para demonstrá-lo Conforme o plano da Divina Providência a grande guerra europeia é meio extraordinariamente proveitoso na obra de vossa santificação. Esta santificação exijo de vós. Ela é a armadura a vos revestir, a espada com a qual deveis libertar vossa pátria de seus poderosos inimigos, colocando-a na vanguarda do mundo antigo”. [4]
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Referências e fontes de pesquisa:
[1] Documento de Fundação de Schoenstatt
[2] Padre Kolb, em HUG (Texto), p. 39. Livro: Herois de Fogo, Pe. Jonathan Niehaus
[3] Kentenich, carta a um dos congregados (provavelmente Ferdinand Kastner), 12 de maio de 1915, cf. KASTNER, p. 336. Livro: Herois de Fogo, Pe. Jonathan Niehaus
[4] Documento de Fundação de Schoenstatt
Foto: Karen Bueno