Sacramento do Amor. Pão dos Anjos. Pão do Céu. Pão da Vida. Santíssimo Sacramento. Todos esses são sinônimos da Eucaristia. A palavra Eucaristia significa ação de graças a Deus, lembram as bênçãos judaicas que proclamam especialmente nas refeições, sobre as obras de Deus: a criação, a redenção e a santificação (CCC 1328)
“A Eucaristia é fonte e ápice de toda a vida cristã. Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa.” (CCC1324).
Jesus, pouco antes de subir aos Céus depois de sua ressurreição, prometeu: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Ele aparentemente estava indo embora, deixando seus discípulos sem a sua presença física, porém, na verdade, nunca partiu. Ele só não foi mais visto como era conhecido durante sua vida terrena, mas sempre esteve conosco através da santa eucaristia.
Prefiguração da Eucaristia
Durante seu ministério, Jesus mencionou o sacramento que iria instituir da santa Eucaristia algumas vezes e nem os apóstolos, nem o povo que o seguia entendia o que ele queria dizer. Lemos no Evangelho de S. João:
“Eu sou o pão da vida. Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo”. (Jo 6,48-51)
E como aquela afirmação de que ele daria a sua carne para ser comida, não foi compreendida, Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente”. (Jo 6, 53-58)
Realmente, se nos colocarmos no lugar daquelas pessoas, essas palavras soam muito estranhas, porque Jesus não explicou a forma que daria sua carne e seu sangue como comida de vida eterna. Tanto que, depois desse discurso, a Palavra de Deus nos conta que muitos deixaram de seguir Jesus.
A instituição da Eucaristia
Foi somente após a morte e a ressurreição de Jesus que os apóstolos entenderam sobre o que Jesus estava falando. Eles se lembraram do que aconteceu na última Ceia: “Durante a ceia, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: “Tomai e comei, isto é meu corpo”. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu a eles, dizendo: “Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados.” (Mt 28,26-28) São Lucas menciona mais um detalhe: “Fazei isso em memória de mim” (Lc 22,19).
No momento da despedida de Jesus de sua vida mortal, ele instituiu dois sacramentos: o da ordem e o da Eucaristia. Ele tornou seus apóstolos sacerdotes (sacramento da Ordem) para que eles tivessem o poder de transformar o pão, em seu Corpo e o vinho em seu Sangue (sacramento da Eucaristia).
Assim, é oculto nas espécies do pão e do vinho que Jesus está realmente presente entre nós, com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade e nos convida a tomar a comunhão, recebê-lo em nosso corpo como alimento para a nossa alma. Cada vez que recebemos a Santa Eucaristia, nos tornamos um só corpo com Jesus. É uma forma de união íntima e inseparável com o próprio Deus!
Palavras do Pe. Kentenich[1]
Que disse Jesus sobre ela (a eucaristia) “Quem come minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna.” Segundo estas palavras, a comunhão deveria ser nosso pão de cada dia. Ele diz igualmente: Quem não come minha carne e não bebe meu sangue não terá a vida . Nós comemos todos os dias, embora pudéssemos ficar sem comer.
Mas Jesus deseja que nos alimentemos dele. Resumindo: nossa vida de fé precisa ser alimentada pelo contato com Deus, mas necessitamos igualmente “comer e beber” Deus.
O Pai e Fundador compara a Eucaristia com o alimento diário: “Vejam, a comida, não importa o que comamos ou bebamos, une-se à nossa vida. Há, portanto, uma unidade de vida que é assimilada à nossa natureza, à nossa própria vida. Na Sagrada Eucaristia há um processo semelhante, só que em ordem inversa. Aqui, nós é que somos assimilados, identificados e inseridos na vida de Jesus”.
Um testemunho de vida:
Outro exemplo de amor a Eucaristia, é o que nos conta o Pe Kreutzberg, capelão temporário na prisão de Tegel, em Berlim, onde o Pe. Francisco Reinisch passou seus últimos momentos, nos conta no livro “O sim e o sangue” de um de sua primeira visita ao Pe. Reinisch falou: “Tenho uma grande alegria para o senhor: trago-lhe o Santíssimo Sacramento. Ele ficará sempre aqui, e o senhor, como padre, poderá dar-se diariamente a comunhão.”
Pe. Kreutzberg conta também: “A emoção dele foi tão grande que caiu de joelhos e, com lágrimas nos olhos, recebeu as santas espécies, que envolveu num paninho branco e a seguir num papel, colocando-as no fundo da mesa, de pé contra a parede.”
No próximo artigo, continuaremos a tratar sobre esse Santíssimo Sacramento, especialmente sobre a Santa Missa.
[1] Às Segundas-feiras ao Anoitecer – Volume 3
*Flávia e seu esposo Luciano são membros da União de Famílias de Schoenstatt
Meus agradecimentos a este momento mais que catequese muito bonito fiquei feliz em achar esse precioso ensino sobre o sacramento.