Flávia C. Ghelardi* – Em qualquer cultura, em qualquer época, sempre podemos notar a necessidade que o ser humano possui de oferecer um sacrifício para agradar a Deus (ou aos deuses nas culturas politeístas). Ao longo de todo o Antigo Testamento verificamos a necessidade de expiar as culpas dos pecados, por meio de várias formas de sacrifícios.
Porém, sabemos que nenhum desses sacrifícios oferecidos, especialmente pela morte de animais, foi suficiente para apagar a culpa pelo pecado original, pois a ofensa feita a Deus, a desobediência de Adão e Eva, foi muito grave e exigia uma reparação perfeita.
O Sacrifício perfeito
Então, Deus, em sua infinita misericórdia, sabendo que o homem não era capaz de recuperar o Paraíso que havia perdido, amou-nos muito acima de nossos erros e enviou seu Filho único, Jesus Cristo, para morrer por nossos pecados. Esse sacrifício perfeito, consumado no Calvário, no alto da cruz, abriu a possibilidade do Céu para cada um de nós.
É exatamente desse sacrifício perfeito de Jesus, por amor a nós, que fazemos memória na Santa Missa. Mas, é uma memória especial, pois não apenas nos recordamos, mas esse sacrifício é atualizado, de maneira incruenta (ou seja, sem o derramamento de sangue). O Catecismo nos ensina: “No sentido da Sagrada Escritura, o memorial não é somente a lembrança dos acontecimentos do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus realizou por todos os homens. A celebração litúrgica desses acontecimentos torna-os, de certo modo, presentes e atuais.” (CIC 1363)
“Quando a Igreja celebra a Eucaristia, rememora a páscoa de Cristo, e esta se torna presente: o sacrifício que Cristo ofereceu uma vez por todas na cruz torna-se sempre atual. Todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, pelo qual Cristo nessa páscoa foi imolado, efetua-se a obra da nossa redenção.” (CIC 1364)
Que momento sublime podemos testemunhar, quando participamos desse santo sacrifício! Jesus, na pessoa do padre celebrante, é ao mesmo tempo, sacerdote e vítima. Ele se oferece a si mesmo, é o sacrifício que perdoa os nossos pecados. Na consagração, a hóstia (palavra que significa vítima) se transforma realmente em Corpo de Cristo e o vinho, se torna seu Sangue. Quando o sacerdote e nós comungamos desse Corpo e desse Sangue, o sacrifício está consumado.
Finalidades da Santa Missa
A Santa Missa, assim, é a oração mais perfeita, pois nos unimos a esse sublime sacrifício e ainda participamos de suas quatro finalidades: adoração, expiação, ação de graças e súplicas.
Adoramos à Santíssima Trindade, ao mesmo tempo, que Jesus eleva ao Pai a mesma adoração perfeita que ofereceu no sacrifício da cruz. Oferecemos esse sacrifício em expiação dos nossos pecados. Fazemos uma ação de graças por todas as dádivas recebidas, na criação, na nossa redenção e tudo o que sua providência cuida em nossas vidas. A própria palavra “eucaristia” significa ação de graças. Por fim, fazemos súplicas, pedimos ao Pai tudo aquilo que precisamos.
Palavras do Pe. Kentenich
No livro de oração Rumo ao Céu, o Pe. Kentenich elaborou várias orações sobre a Santa Missa. Nas estrofes 104 a 115, ele remete a estas quatro finalidades. Reproduzimos aqui algumas dessas lindas palavras:
“Pai eterno, com Cristo nos ofertamos sobre o altar e adoramos sem reserva a ti e a tua onipotência. Dispõe de nossa vida que nos deste por amor” (106)
“Aceita com benevolência paternal seu precioso sangue, por nossas culpas; depõe a espada vingadora, pois teu Filho te honra infinitamente. Toda a vez que o Sacrifício é celebrado novamente é pago este preço de expiação” (108)
“Recebe teu Filho, como ação de graças, por tudo o que nos concedeste: transformaste nosso ser e nos imergiste profundamente em Cristo; deste-nos, como instrumentos, sua missão e dignidade, para consumar a salvação” (110)
“Em espírito filial, a ti, Pai, nós o oferecemos como viva súplica. Sempre será pouco o que pedirmos em troca deste dom: nele somos onipotentes, ricos e grandes, diante das portas do céu” (112)
“Por Ele, o Cordeiro sempre vitorioso, que jaz como imolado em tua frente, recebe, ó Pai, no Espírito Santo, que eleva a ti a criação inteira, de nosso coração filial sincero: adoração, expiação, agradecimento e súplica. Amém” (115)
Testemunho – Gertraud Von Bullion[1]
Gertraud von Bullion é a primeira mulher a ingressar no Movimento Apostólico de Schoenstatt, tornando-se co-fundadora da coluna feminina. A Aliança de Amor, que ela selou em 8 de dezembro de 1920, tornou-se o ato de fundação da União Apostólica Feminina de Schoenstatt. A Sagrada Comunhão foi, durante toda a vida, o anseio do seu coração, a medula da sua piedade. Nos anos da sua doença ela lutou pessoalmente pela Comunhão frequente e, deliberadamente, jamais ela perdeu a ocasião de comungar. A Sagrada Comunhão era para ela um desejo tão forte que, apesar da sua doença, ela podia dizer: “Enquanto puder ir à Santa Missa e aí receber o meu querido Salvador, estou verdadeiramente bem”.
[1] Gertraudo Von Bullion – Serviam – Resposta de Amor, Nikolaus Lauer
*Flávia e seu esposo Luciano são membros da União de Famílias de Schoenstatt
Por toda a familia de Dulce Freitas filhos noras genros netos e bisnetos.Amém muita saúde e benções do ceú.Amém
O Natal com o Senhor é Natal com os enfermos. Jesus; me ajude à estar com eles cada dia mais estando com Nossa Senhora.