Uma forma concreta de aprofundar a vida espiritual e preparar o próximo ano
Ana Paula Paiva – Fazer um retiro significa retirar-se, buscar o silêncio e o distanciamento, idealmente e quando possível, da rotina diária.
Os finais e inícios de ano são tempos propícios para uma revisão geral da vida espiritual e da rotina familiar e, por isso, uma grande oportunidade de encontrar a Deus em nossa vida, compreender como Ele nos tem tocado e como podemos melhorar nossa intimidade e nossos vínculos de amor.
Não que as passagens de calendários sejam, por si mesmas, determinantes. A todo momento somos chamados à conversão, independente da época do mês ou do ano. Do mesmo modo, os retiros como oportunidade de silenciar e reconhecer a ação de Deus em nossas vidas, podem ser utilizados como meios ascéticos a todo momento.
Mas, é inegável que o início de um novo ano traz consigo um novo impulso de motivação para traçar metas, plano de voo, melhorias e aprofundamentos, o que é excelente. Se há um recomeço do calendário, por que não o poderia ser também para a vida espiritual?
A grande questão é como se deve traçar metas e criar oportunidades de aprofundamento: até onde ir, quais virtudes que necessito conquistar, quais vícios preciso combater, com que frequência é mais adequado que busque a confissão, de que maneira devo me aproximar da mesa da Eucaristia, como posso encontrar maneiras mais eficientes de – dentro da minha rotina – me vincular a Deus?
São essas as perguntas determinantes, que não podem ser respondidas de sobressalto e sem reflexão, para que não percamos a linha de uma autoeducação responsável ou para que não tracemos metas inalcançáveis – não porque não podemos alçar voos altos (devemos), mas porque é preciso começar com humildade, constância e perseverança.
Há muitas formas de fazer bons retiros espirituais, mas uma boa “receita” é incluir um bom exame de consciência, uma boa confissão, um tempo de adoração eucarística, a recitação do rosário e a participação em uma Santa Missa. Há séculos, grandes homens e mulheres vivem como católicos e se entregam a Deus realizando esses mesmos atos, não é mesmo? Não é preciso “inventar a roda novamente”, alguns diriam. Comecemos com os meios básicos que se apresentam a todos: exame de consciência, confissão, adoração eucarística, terço e Santa Missa. Depois, se o aprofundamento espiritual permitir, pode-se incluir uma infinidade de outros meios.
E aí um bom retiro é imprescindível. Para responder, com franqueza, como anda nossa vida espiritual e para traçar um caminho de amadurecimento, é preciso silenciar das coisas do mundo e dos acontecimentos – é preciso retirar-se. Ao fazer isso encontraremos mais facilmente as respostas e os caminhos, tendo a certeza de que nunca estamos a sós e que nossa Mãe sempre nos acompanha com Seu olhar maternal e sua magnanimidade.
Não percamos essa oportunidade!
Ana Paula Paiva
Instituto de Famílias de Schoenstatt