Heloísa Seikoski* – Neste dia 06 de abril, recordamos os 80 anos da liberdade do Pe. José Kentenich do campo de concentração de Dachau. Este acontecimento histórico é mais do que uma mera data; ele nos recorda o que é a verdadeira liberdade.
Recordar a história
Quando olhamos para a história, vemos que o Pe. Kentenich teve a possibilidade de liberação médica para não ser enviado ao campo de concentração, devido ao seu estado de saúde já debilitado. No entanto, ele confiou na ação da Divina Providência em sua vida e escolheu não utilizar essa liberação, dizendo: “De coração sacrifico a minha liberdade exterior para que nunca falte à Família de Schoenstatt a liberdade interior.”[1]
Essa decisão de não buscar a liberdade exterior é, para nós, um grande ensinamento sobre o que significa ser verdadeiramente livre. O Pe. Kentenich nos ensina que a verdadeira liberdade não é a ausência de correntes físicas ou limitações externas, mas sim a liberdade interior, que é resultado da nossa fidelidade ao nosso chamado e à nossa vocação de cristãos. Ele preferiu, ao no lugar de uma libertação momentânea, permanecer fiel à sua entrega e missão de Schoenstatt. Essa escolha de liberdade interior, feita com sacrifício, nos mostra que a verdadeira liberdade não depende das condições externas, mas da maneira como vivemos nossa fé e nossa missão, mesmo nos momentos de dificuldade.
Seu exemplo para o jovem de hoje
Para os jovens do século XXI, o retorno do Pe. Kentenich de Dachau não é apenas um marco do passado, mas uma lição viva que nos leva a refletir sobre o presente. Em um mundo cheio de pressões externas e influências do mundo, somos frequentemente desafiados a “nadar contra as correntes”. O Pe. Kentenich ensina que, para sermos livres, precisamos escolher conscientemente nadar contra essas correntes, ou seja, viver de forma autêntica, sem ceder às pressões que tentam moldar nossa identidade de acordo com os padrões do mundo.
Nesse contexto, um dos maiores desafios da juventude de hoje é a constante pressão para criar uma imagem idealizada nas redes sociais e também na vida diária. A busca por validação externa, por meio de likes e seguidores, muitas vezes nos faz esquecer o valor da liberdade interior e da autenticidade.
Schoenstatt um caminho à liberdade
A espiritualidade de Schoenstatt ensina que a liberdade não é apenas a liberdade de escolhas externas, mas uma liberdade interior, somos chamados a buscar a santidade na vida diária, na vinculação a Deus, ao trabalho, ao próximo e conosco mesmos.
Neste 6 de abril, ao celebrarmos a liberdade do Pe. Kentenich, somos desafiados a refletir sobre como estamos vivendo nossa liberdade interior e nossa busca pela santidade. Que possamos buscar a verdadeira liberdade, aquela que não se mede pelos padrões do mundo, mas pela fidelidade ao nosso chamado. Como jovens, sejamos autênticos, fiéis ao nosso ser e à nossa missão schoenstattiana, vivendo com autenticidade e coragem, em todos os espaços da nossa vida, aquilo que Cristo nos ensina no Evangelho.
Que a recordação dessa data nos inspire a viver essa liberdade interior, nadando contra as correntes do mundo e sendo, cada vez mais, autênticos como o Pai.
*Heloísa Seikoski pertence à Juventude Feminina de Schoenstatt (JUFEM) em Santa Maria/RS
[1] Kentench, Pe. José em “Uma Vida pela Igreja”, Pe.Engelbert Monnejahn, Ed Pallotti