Nesta matéria, conversamos com o irmão de Francisco Ziober, que desde o início deixa claro: quem deve aparecer é meu irmão.
Osvaldo Ziober reside em São Paulo/SP, é casado com Maria Teresa de Oliveira Ziober, tem dois filhos, uma filha, quatro netas e um neto: “Sou irmão do Francisco Ziober, que é o filho mais velho dos nossos pais, José e Ana. Sou o segundo filho, nascido em 1941 em Londrina/PR. Irene, nossa irmã caçula, também nasceu em Londrina em 1945 e ainda mora lá”.
Osvaldo pertenceu ao Movimento de Schoenstatt e acompanhou Francisco Ziober em seus últimos dias de vida, quando a Mãe e Rainha aceitou seu sacrifício de vida, como dádiva jubilar pelo jubileu de ouro – 50 anos da Aliança de Amor. “O homem que soube amar” e “Comprovado no amor”, são suas biografias.
Osvaldo narra como vivenciou a partida de seu irmão para o céu: “Quando retornamos a Londrina (Francisco faleceu em São Paulo), naquele setembro de 1964, tive consciência da responsabilidade de ter sido testemunha e de ter participado de acontecimentos que poderiam ser importantes para o futuro”. Percebendo a graça da vida de seu irmão, Osvaldo conversa com a família e entrega o diário de Francisco para as Irmãs de Maria, a fim de que a vida de Francisco Ziober se torne o que Deus quer: uma luz que indica o caminho para muitos.
Deixemos que Osvaldo nos descreva seu irmão:
“Creio que a vida de Francisco pode ser vista em duas fases separadas por um momento único. Este momento, composto por dois eventos, considero único, pois os dois eventos estão intimamente relacionados e influíram sobre o restante da vida dele: a descoberta da leucemia e a entrada no Movimento de Schoenstatt.
Primeiro:
Francisco era um rapaz alto, forte, líder natural. Pensou em estudar medicina e lia tudo o que lhe caía nas mãos, sobre o assunto. Gostava de cantar. Tinha bela voz de tenor. Gostava de ouvir os cantores da época, especialmente Francisco Alves, o ‘Rei da Voz’ e os tenores italianos. Gostava de futebol. Gostava de jogar futebol e acompanhava o Campeonato Paulista pelo rádio e lendo a Gazeta Esportiva. Sonhava em fazer carreira no rádio.
Participou de um programa de calouros na Rádio Londrina como cantor. Passou a atuar na emissora, mas mudou para as novelas e programas humorísticos. Escrevia e dirigia um programa humorístico de auditório chamado ‘Escolinha da Dona Miloca’, onde fazia humor limpo. Era muito engraçado. Gostava da carreira de radialista. Era muito alegre e gostava de contar piadas. Gostava de cinema.
Conheceu Zeila, namoraram, noivaram e casaram. Na felicidade do casamento, a gravidez e na expectativa do nascimento, chega o filho Francisco. Não me recordo, se antes ou depois do nascimento, descobriu a leucemia. Pouco tempo depois, entraram para a Obra das Famílias do Movimento Apostólico de Schoenstatt.
O depois:
A gravidade da leucemia, que ele conhecia bem, e as incertezas sobre o futuro, o risco da morte e a preocupação com a família passaram a pesar sobre ele. Gradativamente sentia o enfraquecimento do corpo. No Movimento encontrou um novo sentido para a vida.
Melhor que uma narrativa minha, é a leitura dos trechos do diário do Francisco, nas duas edições que foram publicadas. O progresso da leucemia e o crescimento espiritual andaram lado a lado. O Santuário, a Mãe Três Vezes Admirável, o Pai e Fundador, a amizade dos casais do grupo, a atenção das Irmãs foram o grande apoio que ele teve, além do carinho da família.
Passou a dirigir todas as energias e todo o entusiasmo que tinha pela carreira de radialista, para Schoenstatt. O corpo se enfraquecia, mas o espírito se fortificava. Foi muito dolorosa esta transformação”.