Tantos nomes para uma mesma Mãe
Ana Paula Paiva – Com razão a querida Mãe de Deus merece a honra de muitos títulos. É chamada Nossa Senhora das Graças, do Perpétuo Socorro, Medianeira de todas as Graças, Desatadora de nós. Com alegria, a chamamos de Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável, também de Nossa Senhora Auxiliadora, Aparecida e do Sorriso. Há títulos que se relacionam à função especial que Maria desempenha ou algum acontecimento que reflete sua essência (ou um dogma), tal como Imaculada Conceição, Indivisa Christi, Refúgio dos Pecadores, Casa de ouro, Estrela do mar, Rainha dos Anjos (e dos patriarcas, das virgens, dos confessores, das famílias – títulos especialíssimos que constam da Ladainha de Nossa Senhora).
E há também títulos que se relacionam ao local de suas aparições ou à alguma ordem religiosa ou carisma, como Nossa Senhora de Guadalupe, do Rosário de Fátima, de Lourdes, Akita, do Carmo, de Schoenstatt, entre outros.
Mas, todos esses – importantes – títulos, se referem à uma mesma pessoa?
Por que tantos?
Os mais de mil títulos reconhecidos à Nossa Senhora se referem, sempre, à Mãe de Deus. A razão é simples: nossa Mãe quer estar perto de nós, nos ama profundamente, e se aproxima de cada pessoa e nação, em determinado contexto e necessidade, de forma a ser o mais facilmente reconhecida. As devoções populares podem também surgir de graças especiais que foram concedidas (Nossa Senhora do Sorriso passou a ser assim reconhecida após curar Santa Terezinha do Menino Jesus de uma forte depressão) e muitas delas (como as da Ladainha, por exemplo) vêm de uma tradição imemorial – Santo Efrém, por exemplo, escreveu mais de 2000 versos em honra à Maria, já nos primeiros séculos de nossa Igreja, o que demonstra, claramente, que a devoção à Maria sempre foi elementar no catolicismo.
Então, podem ficar tranquilos: as devoções à Maria são sempre complementares e dizem muito a respeito de nossa história de fé e salvação. Maria – toda pura e bela, a rainha de todas as virtudes, como nos lembra Santo Tomás de Aquino – é também a portadora de todos os títulos e conhece bem seus filhos: Ela sabe que nosso coração precisa transformar realidades sobrenaturais em experiências naturais, para compreender verdades de fé, e por isso se aproxima como nosso coração humano mais necessita, sem deixar de ser Mãe do Salvador e sem deixar, especialmente, de nos guiar no caminho até Jesus.