Uma vocação, um dom e um serviço
Ana Paula Trindade de Moraes Diniz – A maternidade é dom e serviço à vida. A vocação tem uma plenitude ampla, que se revela no mistério de cada mulher. A comunidade feminina do Movimento Apostólico de Schoenstatt é chamada a dar sua contribuição ao plano salvífico de Deus, que ajusta de maneira orgânica a ordem natural das coisas criadas à ordem do ser e do agir humanos. Umas mulheres são vocacionadas à maternidade biológica e outras à maternidade espiritual. Aqui entendemos o amor magnânimo do ser mãe, que é reflexo do amor magnânimo de Deus.
Deus criou homem e mulher para que perpetuassem a sua descendência (cf. Gn1,27), para ser uma extensão amorosa da dimensão comunitária da Trindade Santa, para viver como uma comunidade de vida e amor (cf. Gn 2, 19-24). Os filhos configuram a personificação do amor do casal perfeitamente vinculado a Deus. Por isso, o ser mãe traz uma personalização da tríade Deus, homem e mulher.
O Sagrado Magistério da Igreja nos orienta à prática do planejamento responsável e natural da família. Esse obedece fielmente aos desígnios divinos para a mulher. A Encíclica Humanae Vitae expressa: “… Em relação aos processos biológicos, paternidade responsável significa conhecimento e respeito pelas funções: a inteligência descobre, no poder de dar a vida, leis biológicas que fazem parte da pessoa humana.” (n. 10)
Portanto, o texto fala sobre a escolha de métodos que se baseiam na própria natureza, sem prejuízo à vida humana. A inteligência leva à busca do conhecimento e entendimento dos dias férteis (aptos à procriação) e dias inférteis (para espaçamento da gravidez de maneira consciente e responsável, onde revigora a afetividade e o diálogo conjugal). A opção por esses métodos pode iniciar já antes do casamento na vida da mulher, por meio do autoconhecimento sobre seu próprio corpo. Para saber mais sobre isso, uma sugestão é acessar o site do Cenplafam (Centro de Planejamento Familiar) – cenplafam.com.br
Ao mesmo tempo em que a mulher é convidada a ser mãe, é também desafiada a viver o chamado de Deus, manifestando uma fé genuína na Providência Divina. Ousando dizer não às influências nefastas, às escolhas fáceis e utilitaristas, que não somente tiram a liberdade feminina, como também conduzem ao pecado e ao afastamento da graça santificante.
O amor prospera quando se alimenta com o sacrifício e a alegria da generosidade, isso inspira, orienta e conduz essa nobre missão de ser mãe.
Pe. Kentenich via em cada mulher a imagem de Maria, portadora de riqueza espiritual, consciente do seu ideal e da missão que conduz à plenitude da vida interior, sendo portadora de Cristo e de Maria aos demais. A filialidade cultivada como fruto da graça batismal, em aliança com Maria, na escola do Santuário, se transforma em maternidade madura, desprendida de si, que se doa, em amor e generosidade, à família, ao grupo ao qual pertence ou à comunidade eclesial. [1]
Ser mãe é aceitar de Deus o convite para dar continuidade ao seu projeto de amor. Não somente gerar, mas educar na fé, na obediência, na retidão e na pureza. Formar os filhos para que aprendam a amar Nossa Senhora, percebam o mistério insondável de Deus e alcancem a plenitude humana nesta terra e na eternidade. De onde viemos e para onde um dia voltaremos.
* Contribuição da União Apostólica de Mães de Schoenstatt
[1] https://schoenstatt.org.br/2019/11/23/ser-mulher-em-schoenstatt-dom-e-missao/