“O Bom Deus não escondeu suas graças como as pérolas, no fundo do mar. Nem as pendurou lá no firmamento, como as estrelas. Não! Ele depositou suas graças em mãos maternais, no coração de uma Mãe” (Pe. José Kentenich) [1]
Ir. M. Lourdes Fátima da Silva – Hoje nossa Igreja comemora o Imaculado Coração de Maria, que é celebrado após a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. A devoção ao Imaculado Coração de Maria está no centro da mensagem de Fátima. Os Pastorinhos viram Nossa Senhora com um coração na mão, cercado de espinhos e em chamas. Os corações de Jesus e de Maria se assemelham. A união entre estes corações, de Jesus e Maria, não poderia ser maior. Neles há uma sintonia perfeita. O seu coração é um reflexo do coração de Jesus, estes corações se fundem em Deus.
Este coração humano amou a nós e a Deus infinitamente. Deus veio ao mundo, em um coração de Serva. Vemos em Maria a capacidade humana de amar, pois foi a pessoa que mais amou em toda a história da humanidade. De todas as realidades do céu e da hierarquia celeste, Maria está acima de todos os anjos e santos. É o coração mais unido a Deus que qualquer criatura criada. Por isso, por seu grande amor a Deus que a criou, em Maria nós amamos a Deus. O coração da querida Mãe de Deus é uma habitação segura, um lar seguro, porque o próprio Deus o construiu, para nós. Tranquiliza e presenteia a paz. Quantas pessoas encontraram nela o seu refúgio e proteção! Quantos amadureceram nela e se tornaram figuras heroicas e fortes!
Jesus ao vir ao mundo encontrou um coração materno que o consolou e o acompanhou fielmente, assim ela o reconhece como o seu Deus. Consola-o com amor, com a obediência. Ela agrada a Deus em tudo e sabe que seus corações se fundem. São dois corações que se amam e uma só pulsação. De Maria poderíamos dizer pelas palavras de Paulo aos Gálatas: “Assim, já não sou eu quem vivo, mas o Cristo que vive em mim” (Gal 2:20).
Verdadeiramente, somos um Santuário de Deus. Somos templo da Santíssima Trindade: habita o Pai, o Filho ressuscitado, e o Espírito Santo. A consciência me leva a perceber que não estou só, que Deus vive em mim. Deveria tornar-me bem tranquilo, cheio de confiança, que vivamos só o momento presente. Deus deve ser o centro de gravidade da minha vida!
Nos seus sermões de despedida, Jesus diz: “Se alguém me ama, guardará minhas palavras; meu Pai o amará, viremos a ele e nele faremos a nossa morada” (Jo 14,23). A vida no Santuário do meu coração deveria ser uma vida de um permanente Ofertório, Consagração e Comunhão. Esta é a vida de uma pessoa que realmente vive no Santuário-Coração de Maria.
Selamos com ela uma Aliança de Amor. Maria me presenteia um Lar: o Santuário, o seu coração. Aqui ela me acolhe me transforma e me prepara, educando-me para assumir uma missão.
Nossa Aliança com ela é refúgio, é caminho de entrega, nossa fragilidade nela se fortalece. No Santuário, nossa Mãe e Rainha, desperta-nos o anseio da liberdade, o desejo de lutar por grandes ideais, de realizar algo importante, de servir livremente a alguém e a algo maior do que a nós mesmos, de conquistar honra e vitória. Ela eterniza nossa Aliança com a marca do fogo, simbolizando seu amor por nós. Estamos inscritos para sempre em seu coração. Nenhum poder da terra, nem mesmo o demônio poderá apagar o nosso nome do seu coração. Qual o mais profundo motivo? Ela quer nos transmitir o fogo, fazer-nos nascer de novo.
Quando estivermos na eternidade, quanta alegria teremos, no encontro com Maria e ver o nosso nome em seu coração. Por isso nós também inscrevemos, o nome Maria, com o fogo em nosso coração, rezando em súplica: Maria, em teu coração, grava-me profundamente com letras de sangue e fogo. Pois sou teu para sempre. Em amor e gratidão seja teu nome, ó Mãe, gravado em meu coração eternamente. Amém.
[1] Livro: A Mais Bela das Mães
