Ideal Pessoal: Viver e morrer como ardoroso Apóstolo de Schoenstatt
Data de Nascimento: 01/02/1903
Data de Falecimento: 21/08/1942
Seu Lema: “Nossa fé em Cristo e Maria permanece inabalável como as montanhas da pátria”
Pe. Franz Reinisch nasceu em Feldkirch, na Áustria, em 1° de fevereiro de 1903. Viveu sua infância junto aos pais, Maria Huber e Franz Reinisch. Mais tarde ingressou, como aluno de Direito, na Universidade de Innsbrück. Era um jovem querido entre todos, com grande inclinação para as artes: cantava bem, sabia compor versos, tocava órgão e piano e nas festas revelava-se um ótimo animador.
Em outubro de 1923, depois de passar um tempo na Alemanha, voltou para a Universidade de Innsbrück e em lugar de Direito, fazia agora Filosofia escolástica e introdução à Teologia, já pensando em seguir a vida sacerdotal. Novos mundos, novos horizontes, abriam-se diante de seus olhos. No dia 29 de junho de 1928 foi ordenado padre em Innsbrück e em 8 de dezembro de 1930 ingressa na Sociedade dos Padres Palotinos.
Em 1933 começou propriamente a sua movimentada e rica vida sacerdotal. Era o ano da chegada de Hitler ao poder. Nesse período chega, às suas mãos, alguns exemplares da revista eclesiástica “Sal terrae”, que continha artigos e conferências sobre a Aliança de Amor em Schoenstatt. A nova descoberta o deixou deslumbrado. Pensou consigo: “Finalmente encontrei o que há tempo procurava”. Realmente, esse contato com Schoenstatt haveria de imprimir um rumo e sentido novo à sua vida e apostolado. “Com avidez de leão – conta mais tarde – devorei toda a literatura schoenstattiana que consegui. O meu único desejo agora era poder visitar o Santuário da MTA”.
Somente em agosto de 1934, porém, conseguiu realizar seu desejo. Sua visita a Schoenstatt coincidiu com um importante acontecimento: alguns alunos do seminário tinham feito uma peregrinação à França, a fim de buscar os restos mortais de João Wormer e Max Brunner, dois seminaristas da primeira geração de Schoenstatt, mortos na guerra de 1914, para enterrá-los junto ao Santuário. Conhecer a vida desses dois jovens despertou em Pe. Reinisch o anseio de imitá-los na sua doação à MTA.
A partir do ano de 1938, trabalha com a Liga dos Homens de Schoenstatt e dedica grande esforço para a vida do crescente Movimento. Entretanto, a conjuntura política inspirava preocupações cada vez maiores. Como austríaco, Pe. Reinisch sentia-se na mira da Gestapo (polícia secreta nazista); seus passos eram vigiados e ele era visto como uma ameaça ao governo totalitário.
Nestas circunstâncias, Pe. Franz Reinisch compreendeu que deveria dedicar maior empenho na formação de grupos de elite do Movimento, aos quais procurava transmitir uma visão nítida da situação vigente e suas desastrosas consequências para o futuro da pátria. Por isso, nos intervalos dos retiros e dias de formação, viajava pelo país, reunindo grupos e formando os homens que já tinham tomado contato com Schoenstatt.
Porém, alguns meses depois, a Gestapo se mostrou muito bem informada do conteúdo de suas conferências e resolveu silenciá-lo. No dia 12 de setembro de 1940 a polícia nazista o proíbe de pregar. Mesmo ameaçado, ele traduz os discursos do Papa, publicados nos jornais italianos, e distribui cópias mimeografadas entre o povo. Também viajava sem cessar pelo país, visitando, clandestinamente, os grupos, que mandava reunir previamente, a fim de insuflar-lhes valor e perseverança, diante da catástrofe iminente.
Chega ao Pe. Franz Reinisch, no dia 1º de março de 1941, uma convocação militar, exigindo que ele se aliste ao exército de Hitler. Aceitar essa imposição vai totalmente contra sua natureza: “Prestar juramento à bandeira nacional-socialista é prestar juramento a Hitler. É prestar juramento a um criminoso”.
Por sua recusa ao exército nazista, sucedem vários meses de processo e tramitações judiciais até o julgamento e a sentença definitiva de Pe. Reinisch. Em fins de julho de 1942, na prisão de Tegel, em Berlim, iniciou um trabalho que intitulou: “Mistério do Amor Crucificado”, que contém conselhos ascéticos inspirados na Via-sacra. Queria oferecê-lo como presente à MTA para dia 18 de outubro. “Escrevi-o com o sangue do meu coração”, disse ao entregá-lo para o capelão.
É também nessa prisão, no dia 9 de agosto de 1942, que escreve seu conhecido poema à Mãe de Deus:
“Tu és o grande sinal, cheio de luz e resplendor do sol,
Toda abrasada pelo amor de Deus!
Eu quisera, Maria, pura donzela, ser por ti inflamado
como chama de amor no pequeno Santuário.
De pé estás junto da cruz, como Rosa da Paixão,
grande e silenciosa, pronunciando o teu “sim” ao sacrifício,
porque assim Deus o quer.
Hoje, de novo, Deus chama uma legião de heróis,
por isso, Mãe, me ofereço como vítima de amor.
Rainha do Universo, imperturbável na tormenta dos tempos,
destrói a estirpe de Satanás, vencedora na luta.
Dá-me ser teu apóstolo, como cavaleiro aqui estou,
e ao morrer quero dizer sorrindo:
Ó querida MTA!”
Pe. Franz Reinisch foi decapitado em Branderburg/Berlim, Alemanha, no dia 21 de agosto de 1942, sendo considerado um Mártir de Consciência, pois não aceitou jurar a bandeira nazista – a única bandeira que lhe pertencia era a de Cristo.
Seus restos mortais são levados, em 17 de outubro de 1946, para junto do Santuário Original de Schoenstatt e dos primeiros heróis que o inspiraram. Sua atuação após a morte: “Quando eu estiver lá em cima, jogarei bastantes rosas para a terra”.
Livro sobre sua vida: “O Sim e o Sangue – Vida de Francisco Reinisch, mártir da consciência” Autor: Olivo Cesca